"Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
Nesses dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos"
(Teatro dos Vampiros - Legião Urbana)
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
Nesses dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos"
(Teatro dos Vampiros - Legião Urbana)
Eu sempre fui assim, meio carente. E não digo isso do ponto de vista sexual, sabe? Eu sou carente de atenção. E, curiosamente, eu sempre fui muito fechado. Talvez pelo fato de as pessoas se interessarem tão pouco pelos meus problemas, eu criei um espécie de trava para compartilha-los. E olha, de fato, essa minha caracteristica sempre passou despercebida pelas pessoas que me cercam.
O Fato é que eu sempre quis ser especial, sabe? Não digo especial do tipo uma celebridade, que todos amam, tem a atenção de todos. Eu queria a atenção de uma pessoa, só uma. Sabe aquela sensação de que você é sempre o coadjuvante na vida das pessoas? De que você passaria despercebido? De que você não faria nenhuma falta, pois é apenas um acessório? E um acessório bem apagadinho, diga-se de passagem.
As pessoas nunca me notaram muito, a minhavida toda. Não, eu nunca me importei com isso. Convivo com isso há tanto tempo que aprendi a lidar. Mesmo assim, de alguma forma, eu sempre me vejo procurando uma maneira quase que inconscientemente de chamar a atenção dos outros, seja deixando os cabelos compridos, seja me sobressaindo em provas de vestibular. Mas essas coisas não adiantam muito, sabe? Vc chama atenção por um tempo, mas é tudo tão surperficial. As superfícies são tão frágeis, se degradam e são substituidas por outras novas. Mas nada efetivo. De modo que eu nunca me senti plenamente especial na vida de ninguém.
É claro, todo esse blablabla até aqui não importa de nada... Vocês sabem muito bem que eu não me importo com a sociedade, aliás eu acabei de falar que aprendi a lidar com isso ao longo do tempo. Não me importo mesmo se a sociedade está me notando ou não. Vocês sabem onde eu quero chegar com essa história toda: ser especial para alguém. Eu sempre fui um romântico, daqueles mais bregas, de escutar canções de amor, de ler histórias de amor, de gostar da novela das 21h. E, mesmo percebendo o quanto aquele amor foge a realidade, eu sempre quis ter algo parecido com aquilo: algo recíproco, intenso... Aquilo de ficar pensando na pessoa amada, e de a pessoa amada também ficar pensando em você... Eu sempre sonhei com isso, não só com o conteúdo, mas principalmente com a reciprocidade.
Sempre fiz questão de demonstrar quando gosto de alguém, ou o quanto a companhia da pessoa me faz bem, o quanto eu valorizo a amizade de alguém. Não me lembro de ter recebido muita coisa em troca... Teoricamente eu nem deveria esperar nada em troca, e realmente, do ponto de vista da amizade, eu nunca esperei mesmo, sempre fui feliz em ser bom com meus amigos, isso sempre me fez bem, independentemente de eu receber algum tipo de ação recpiroca ou não. Mas acho que quando se trata de amor, essa coisa de esperar é meio que involuntária... E a reciprocidade? Eu sei, sou egoista, egocentrico... Penso em mim, só em mim, e tudo que eu faço para os outros é esperando um retorno para mim. Pode me chamar de Mr. Ego agora. Como é que pode o fato de eu querer reciprocidade ter se tornado em um pecado tão grande?
Eis uma coisa que eu sei que não posso exigir... Reciprocidade. Não devo exigir? Por que, é pedir demais? Não seria o mínimo? Essas coisas me deixam confuso, me desnorteiam... Como agir sem ter certeza? Por que o ser humano gosta tanto das entrelinhas? Tem cursinho de entrelinhas? Poderia fazer depois que eu terminar o inglês.... Por que as coisas não podem ser mais diretas? Teria a mesma graça se não fosse? E essa porra de amor, pra que que serve? Só para torrar nossa paciencia, e nosso cérebro tentando ler as tais entrelinhas... Eu só queria um pouco de atenção, atenção espontânia... Ser lembrado por alguém, fazer a diferença para alguém, dar tesão em alguém, não sair da cabeça de alguém... Nossa, que mistura, quantas exigencias... Essa pessoa existe? Será que existe? Eu quero, mas nunca vou ter certeza... Nunca, a palavra proibida!
Talvez eu tenha certeza de sua existência sim, assim que encontrá-lo e olha-lo nos olhos e dizer-lhe a verdade... nas entrelinhas, é claro. Sem elas não é a mesma coisa, não tem graça, né? Ah, a esperança da certeza nos olhos dele... E se não tiver certeza já não mais importa, porque eu estarei em seus olhos. O problema reside no seguinte: Será que vou encontrá-lo (de novo) (logo)? Essa é a pior das icertezas...
"Vamos lá tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar
Quando me vi tendo de viver
Comigo apenas e com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo e não consegui dormir"
Comigo apenas e com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo e não consegui dormir"
(Teatro dos Vampiros - Legião Urbana)
Perguntas, respostas, mais perguntas... Vocês já devem estar cansados desse texo nem um pouco fluido e demasiado confuso. Eis-me aqui, não é verdade? Um cara confuso, acima de tudo... Pelo menos deu para espantar uns fantasmas e demônios que estavam presos aqui dentro... rs
Um beijo a todos... Até o próximo