Procure Edições Antigas

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Ultimo Outing do Ano


"Me fiz em mil pedaços,
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caido
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira"


(Quase sem Querer - Legião Urbana)




Nana: Júlio, preciso conversar uma coisa com você...
Eu: O que houve Nana... O que aconteceu?
Nana: Bem, eu li o seu Blog...
Eu: Ah, você leu o meu blog...

Bom gente, como eu disse no ultimo post, os ultimos dias foram bem intensos. Misturar os acontecimentos em um post só me pareceu muito confuso, até porque uma coisa não tinha nada a ver com a outra. O assunto desse post é mais sério, mais importante. Isso porque agora eu sou eu mesmo para uma das pessoas mais importantes da minha vida, a minha irmã.

Falar da Nana é complicado pra mim, ainda mais sabendo que ela lê meu blog agora. E, pra minha surpresa, ela disse que eu escrevo bem. Vocês não tem noção de como esse elogio me deixou feliz. Sim, porque, na verdade, a opinião da minha irmã sempre foi muito importante. Os elogios, sempre edificantes. As críticas, na maior parte dos casos, motivos mais do que suficientes para uma mudança total de atitude. Os conselhos, quase regras incontestáveis. Mas por quê? Talvez por ela ser minha irmã mais velha. Talvez por ela possuir argumentos tão infalíveis. Talvez por ela ser uma mulher brilhante, linda, um modelo a ser seguido.

Acho que, na verdade, eu sempre quis ser igual a Nana, em versão masculina. Ela sempre me inspirou muita confiança, muita certeza, muita segurança, muita inteligência. Ela é o tipo de pessoa que não desiste do argumento, sabe? Ela sempre tem razão, e consegue convencer a todos disso. Acho que por isso a palavra dela sempre teve muito peso sobre as minhas atitudes. Por isso sempre me preocupei muito com as opiniões dela. Na verdade, acho que eu tinha medo. Medo da rejeição dela, medo de uma bronca, de uma crítica. Medo de ela não me levar a sério. Foi por medo que tanto hesitei em dividir parte mim com ela.

Fui covarde, preferi o caminho mais longo, que na verdade era o mais curto, ou menos doloroso. Não confiei nela, não confiei no fato de ela ser ainda mais incrivel do que parece ser. E foi exatamente o que ela demonstrou quando abordou o assunto do blog comigo.

Nana: Por que você não me contou isso antes?
Eu: Sei lá Nana, acho que você já tem os seus problemas...
Nana: Problema? Desde quando isso é um problema?

O fato é, eu quase planejei o acontecido. Eu hesitei um pouco antes de criar esse blog, porque eu sabia que quando o fisesse, teria que ser eu mesmo, sem máscaras. Não que eu tenha algo contra máscaras, pelo contrário. Entendo porque muitos as usasm, entendo a necessidade disso. Mas eu não, isso não combina comigo, e eu buscava justamente o contrário. Eu queria mostrar meu rosto, meu rosto todo, e não só metade dele. Cheguei aqui e me mostrei, depois de muito pensar sobre o assunto. De jeito nenhum eu subestimei a inteligencia da minha irmã, eu já sabia que ela chegaria ao blog logo logo, e contava com isso. Queria fugir do compromisso de chegar pra ela e falar na lata: Nana, eu sou gay. E eu consegui.

Agora eu me arrependo de não ter dado esse voto de confiança a ela, ainda mais porque ela nem se mostrou decepcionada com isso. Pelo contrário, ela só virou pra mim e disse: Não se preocupa, nós estaremos com você sempre, do jeito que você é... Como é que eu esperava reação diferente dela? Ela é minha irmã, porra. Aquela que fazia chapinha no meu cabelo quando eu era EMO, aquela que me vestia de menina quando agente era criança, que fazia vídeos engraçados, que me aconselhou nas mais diversas situações, sempre na hora em que eu mais precisei, aquela que nunca discutiu comigo, que nunca foi chata comigo, a irmã que qualquer um desejaria ter.

Bem, legal é que agora as coisas estão claras aqui em casa. Eu sou gay, e isso é uma realidade para quase todos. Menos para o meu pai, mas dele, infelizmente, eu só espero a indiferença, se eu bem o conheço. A Nana era a ultima pessoa pra quem eu queria esclarecer essa história de uma vez por todas, mesmo que de maneira indireta. As únicas coisas que ela me chamou atenção foi com relação a minha exposição, mas ainda assim, não acho que estou me expondo tanto. Então, tudo segue como antes, só que de maneira mais clara.

Fico feliz de poder dividir esses momentos com vocês. Tem sido de grande ajuda. Acho que este vai ser meu ultimo post desse ano, né? rsrsr. Aliás, acho que muitos só vão comentá-lo no ano que vem. Então, no ano que vem, agente se encontra, e coloca o papo em dia xD

Um Beijo, como é habitual... Um abraço também! Só desejo muita sorte, felicidade, e coisas boas para esse ano que tá começando...

"Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
Eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você"


Até 2011

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

It's raining Man in Ipanema Beach!

Gente, esses ultimos dias tem sido bem intensos. Tinha a intenção de resumir os ultimos acontecimentos em um post só, mas achei que ficaria muito confuso. Então, façamos por partes. Vamos começar pela mudança brusca em minhas férias. De fato, consegui tirar minhas férias da monotonia habitual. Como sempre, quem me tira da monotonia é o meu fiel amigo Gui. Bem, quem leu o blog do Bruno já está interado sobre o assunto: Eu, o Gui e o Bruno fomos a Praia de Ipanema no ultimo domingo.

Na semana retrazada eu fui lá na praia de Ipanema pela primeira vez, também com o Gui. Fomos numa sexta-feira, estávamos acompanhados de uma amiga do Gui, muito fofa por sinal. No entanto, eu confesso que fiquei meio decepcionado da primeira vez. Naquela vez, a praia estava um tanto vazia, e a única coisa que me lembrava gay, além de mim mesmo e do Gui, eram aquelas bandeiras com as cores do arco íris, cravadas em um ponto da praia. Caras sarados? Poucos. Beijos ou sinais de afeto entre dois homens ou duas mulheres? Não ví nenhum daquela vez. O fato, eu estava em uma praia linda, um tanto brava, mas normal, como qualquer outra praia. Nada parecido com quela fantasia toda que agente vê na internet. Até aí, tudo bem... Tudo na paz!



Vista da praia de Ipanema, imagem repetida de um post antigo, rsrsrs


O tempo passou, dia 25 de dezembro chegou. Sábado há noite, e eu recebo uma ligação do Gui:

Gui: Júlio, eu e o Bruno estamos marcando de ir lá em Ipanema amanhã, se anima de ir?
Júlio: Legal, vamos sim...
Gui: Olha, o Bruno tá pensando em sair de Niteroi lá pelas 8 da manhã, dá uma ligada pra ele pra confirmar!
Júlio: Ok Gui, então nos encontramos por lá por volta das 10, ok?
Gui: Ok!

Legal, vou pegar uma praia e vou tirar do corpo essa marquinha horroroza de camiseta: pensava eu, inocentemente (kkkkk). No dia seguinte, lá estava eu, pegando o ônibus em Niteroi direto pra Ipanema. No meio do caminho, Bruno entra no mesmo ônibus, e fomos conversando até lá. Chegamos na praia, e Gui atrazado, e sem crédito pra nos ligar... kkkkkkk. Mas no final, deu tudo certo. Fomos encontrar nosso lugar ao sol na beira da praia.


Eu (gente, cadê o meu pescoço?kkk), Bruno (na posição da rã, kkkk) e Gui (com o sorriso bem aberto, para mostrar que tirou o aparelho, kkkk)

A princípio, a praia estava exatamente do jeito que eu tinha deixado desde de a ultima vez que fui lá: um tanto vazia para um dia de domingo. Mas o dia estava lindo, e não demorou muito para a praia encher. E encheu, e finalmente eu pude ver a praia de Ipanema do jeito que ela realmente é. Começaram a chegar os casais gays, os sarados, as barbies. Ipanema é famosa pelos corpos perfeitos que lá circulam. Realmente, muitos homens com corpos perfeitos (não sei se tinham mulheres também, me mantive ocupado em adimirar os homens, hahaha). Naquele momento, eu já estava me sentindo em casa. É muito bonito você ver liberdade de afeto incondicional em locais públicos. E o mais interessante: até o meio dia, eu ainda nem tinha visto tanta coisa assim.

Depois do meio dia, eu comecei a ficar surpreso. Juro que não esperava por aquilo. Pegação geral dentro da praia, ali, no coração da zona sul, para quem quisesse ver. Como diria o Gui, um tapa na cara da sociedade cristã. Foi incrível, era como estar no Cine Ideal, só que com ondas e um sol incrível de verão. Sem contar no fato de os homens estarem de sunga... kkkkkkk. Enfim, o Bruno traduziu aquilo muito bem no blog dele: Micareta Gay na Praia de Ipanema.

Foi a praia mais divertida da minha vida, só pelo inusitado. Até encontramos o Autor por lá, e batemos um papo... O Bruno ficou com um carinha da Baixada, o Gui, investiu em carinha de tatuagem, também da Baixada (gente, a Baixada fluminense comparece em peso na praia no Domingo, hein?). Eu não peguei ninguém, primeiro porque todos os caras que me interessavam por lá estavam acompanhados, e segundo porque eu sou muito tímido para chegar em um cara assim, na praia. Mas pegar alguém não é pré-requisito para se divertir, não é mesmo? E eu me diverti muito!

Outra coisa que eu achei super inusitada naquele dia foi o clima: Chegamos lá e o Sol estava lindo, o céu azul. No meio do dia começaram a aparecer núvens pesadas. Por volta das 17h, começou a chover. Chegou a surgir uma espécie de mini tornado lá pelos lados dá pedra da Gávea. As ondas começaram a ficar maiores do que já eram antes. E eu comecei a ficar assustado.

Eu: Gui... Vamos sair dessa água, o mar tá muito forte...
Gui: Fica tranquilo Júlio, aproveita a chuva. É muito bom tomar banho de mar debaixo de chuva. Sem contar que com essa chuva, as pessoas feias vão embora da praia, porque elas moram longe. Aí começam a parecer as pessoas bonitas. Confia em mim...

Tá né. Não custa nada ficar mais um pouco e enfrentar as ondas enormes. Que bom que eu fiquei. Quis chamar o Gui de Profeta. De repente, a praia começou a esvaziar um pouco. Escutei alguém falando alguma coisa que não consegui entender de cara, não era português. Quando eu olho pra traz, me deparo com um homem lindo, sarado, olhos azuis, barba por fazer, parecia esses modelos que agente só vê em revista, ou na internet. Depois apareceu um louro, a mais um moreno, e a água de repente ficou cheia de turistas gostosões. E eles começaram a conversar freneticamente em inglês, e logo depois começaram a se abraçar e se agarrar... Gente, ta chovendo homem em Ipanema? Pensei eu. Foi surreal, eu e o Gui lá na água, de boca aberta, atônitos diante daquela cena. Esse é o tipo de cena que agente vê em poucos lugares, e Ipanema é um deles. O Bruno nem viu, tadinho, teve que sair da água porque sua bermuda tava machucando sua perna.

Enfim, foi muito divertido. Definitivamente, eu nunca amei tanto ter nascido no Rio. Agora que eu já sei o caminho, estarei sempre por lá. Não apenas pelas visões do Olimpo que agente encontra lá, mas pela liberdade (ou ilusão de liberdade). Pelo clima de animação, por me sentir super a vontade. Enfim, Ipanema é o meu novo paraíso particular, um lugar pra onde eu posso fugir quando me sentir um peixe fora d'água.

Bom gente, essa é Ipanema na minha visão. Se você ainda não conheceu, vale a pena conhecer, de verdade.
Agora eu estou moreno e sem marquinha de camisa polo... kkkkkk

Um beijo a todos vocês... Até o próximo post!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Memórias, Gays e Canções de Amor

Sabe o que pra mim é mais cruel para o coração de um gay adolescente? É ver que ele não pode se indentificar com nenhuma das músicas que tocam no rádio. A música, na minha visão, é um grande objeto de identificação social, pelo menos foi para mim. No colégio, as pessoas do meu "grupinho" gostavam mais ou menos do mesmo estilo de música (Rock e Pop dos anos 80). O problema é que as exigências do mercado musical sempre acompanham o rítmo daquilo que é tido como padrão. Nesse sentido, mesmo sendo os artistas homosexuais, a rejeição do público meio que os obriga a fazer canções que sigam o padrão vigente, principalmente no que diz respeito ao amor.

Não estou dizendo aqui que não existiram, durante o século XX, bandas ou artistas que se opuseram radicalmente à essa norma heterodominante. Entre os exemplos mais clássicos (pelo menos na minha cabeça) está o Queen: apesar de Freddie Mercury só ter assumido a sua homossexualidade à imprensa horas antes de morrer, o seu modo de se vestir, ou de usar o cabelo e a barba, eram caracteristicos de um grupo de homossexuais americanos, de modo que o Queen perdeu o mercado musical dos EUA, que sempre foi um país extremamente homofóbico radical com essas questões. Outros exemplos que eu não podia deixar de citar aquí são o David Bowie, chocando a todos com o seu visual andrógeno , e o Lou Reed (que é americano), assumidamente gay. Só que estes artistas, se já não eram antes, pelo menos agora já se tornaram muito underground, de modo que é realmente raro ouvi-los nas rádios mais comuns, ou mesmo na TV. Seu território é restrito a Internet.








Ainda assim, por mais gays que muitos dos artistas gays possam parecer, o mercado ainda modula muito a produção deles. O próprio Queen não tinha muitas músicas que entrassem de cabeça no universo gay, apenas em parte, ou de maneira muito implícita. O Lou Reed e o David Bowie foram mais corajosos e ousados, o que lhes rendeu a rejeição do mercado musical (não exatamente rejeição, porque eles fizeram muito sucesso no tempoo deles, mas restritamente na Europa, que sempre foi mais receptiva com os estilos alternativos).

No cenário nacional então, nem se fala né. Todos aquí sabem que eu adoro Legião Urbana, e que o Renato Russo era assumidamente gay. Mas se vocês forem bastante imparciais, vocês não vão encontrar mais que uma música que fale abertamente sobre homossexualidade na obra da Legião (mesmo a famosa "Meninos e Meninas" é bastante amena). Muitas delas agente pode encaixar perfeitamente, mas ainda assim são muito implícitas, dando margem há uma série de interpretações diferentes. Outros artistas, como o Cazuza e o Ney Matogrosso, apensar de não conhecer muito vastamente sua obra, duvido muito que se distancie muito da realidade da Legião. Mesmo as cantoras lésbicas são mais discretas no que diz respeito a obra. A Cássia Eller tinha um visual que mostrava a todos sua sexualidade, mas suas músicas não o fazia de forma explicita (se bem que a Cássia era mais uma interprete do que compositora, né?). O mesmo vale para outras cantoras incríveis, como Angela Roro e Ana Carolina.




Eu acho isso tudo muito chato, sinceramente. Os nossos ídolos tem que se desdobrar as vezes, mudar pessoas, pronomes, para que sua musica se torne comercial. É como se fosse uma camuflagem musical. Com o tempo, essa camuflagem vai se tornado cada vez menos eficaz, e conseguimos encontrar cada vez mais elementos que tornem aquela relação abordada naquela canção de amor uma relação entre dois homens, ou duas mulheres. Os tempos são outros, não é? Tem uma música porém, que eu acho linda, que quase ninguém associa a gays. Realmente, ela é bastante sutil, mas ainda assim, se encaixa muito melhor com um casal gay do que com um casal hetero, por um simples trecho... Na verdade por uma palavra. Ela é do Sir. Elton John, a bicha mais Rycah do Reino Unido (vamos combinar, Elton John é foda demais). E a música é "Your Song"




"It's a little bit funny this feeling inside
I'm not one of those who can easily hide
I don't have much money but boy if I did
I'd buy a big house where we both could live
If I was a sculptor, but then again, no
Or a man who makes potions in a travelling show
I know it's not much but it's the best I can do
My gift is my song and this one's for you
And you can tell everybody this is your song
It may be quite simple but now that it's done
I hope you don't mind
I hope you don't mind that I put down in words
How wonderful life is while you're in the world
I sat on the roof and kicked off the moss
Well a few of the verses well they've got me quite cross
But the sun's been quite kind while I wrote this song
It's for people like you that keep it turned on
So excuse me forgetting but these things I do
You see I've forgotten if they're green or they're blue
Anyway the thing is what I really mean
Yours are the sweetest eyes I've ever seen"
(Your Song - Elton John)

Fala sério, ele é incrível, né? Outra música, bem mais explícita do que esta, é uma do Jorge Vercillo. Eu, sinceramente, não sei se o Jorge Vercillo é gay ou hetero, mas essa música com certeza é para um casal gay, não consigo imaginar outra situação. O fato de ele não ser gay tornaria a música mais interessante, afinal, um artista hetero assumindo um eu lirico gay seria o sinal de que a sociedade caminha de certa forma para uma igualdade. O nome da música é "Avesso".

"Nós já temos encontro marcado
Eu só não sei quando
Se daqui a dois dias
Se daqui a mil anos
Com dois canos pra mim apontados
Ousaria te olhar, ousaria te ver
Num insuspeitavel bar, pra decência não nos ver
Perigoso é te amar, doloroso querer
Somos homens pra saber o que é melhor pra nós
O desejo a nos punir, só porque somos iguais
A Idade Média é aqui
Mesmo que me arranquem o sexo, minha honra, meu
prazer
Te amar eu ousaria
E você, o que fará se esse orgulho nos perder?
No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar
O que eu sinto, meu Deus, é tão forte!
Até pode matar
O teu pai já me jurou de morte
por eu te desviar
Se os boatos criarem raízes
Ousarias me olhar, ousarias me ver
Dois meninos num vagão e o mistério do prazer
Perigoso é te amar, obscuro querer
Somos grandes para entender, mas pequenos para opinar
Se eles vão nos receber é mais fácil condenar
ou noivados pra fingir
Mesmo que chegue o momento que eu não esteja mais
aqui
E meus ossos virem adubo
Você pode me encontrar no avesso de uma dor
No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar"
(Avesso - Jorge Vercillo)

Eu me emocionei quando ouvi essa música pela primeira vez. Nunca tinha escutado algo tão despreocupado que falasse sobre uma relação entre dois homens. E felizmente, a tendência é que músicas como estas sejam cada vez mais comuns. Quero dizer por fim que eu não tenho uma experiencia invejável no que diz respeito a música. Devem existir muitas bandas ótimas que fazem um trabalho magnífico nesse sentido. Eu só falo aqui pelo que eu ouço no meu dia a dia, em rádios comuns, que não tocam nenhum tipo de conteúdo  realmente bom específico. Logo, se alguém quiser fazer alguma sugestão legal, fiquem a vontade! Estou aqui, esperando os comentários de vocês...



Um grade abraço a todos, um beijo e Até o próximo post!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ser um Gay Normal...

ATENÇÃO: Esse é um post de reflexão pessoal. Como minhas ideias normalmente não entram em conformidade com a realidade, perdoem qualquer erro de referencia ou de conceito seja lá do que for


Na ultima sexta eu fui a uma confraternização de final de perído, com os meus amigos de turma. Lá, nos encontramos com uma amiga que trancou a facul, pois queria tentar outro curso. Vou chama-la de Amiga Fofinha. Realmente, ela é uma fofa. O Clima geral era de descontração, como deveria ser. O problema é que em um momento da conversa, essa amiga fofinha fez um comentário que me fez refletir um pouco.

Amiga Fofinha, com a câmera na mão: Ahh Júlio, deixa eu te mostrar um amigo meu que também é gay...
Eu: Humm, deixa eu ver...

Mostra a foto

Eu: Realmente ele é bonito (era mesmo, gente).
Amiga Fofinha: Eu até queria te apresentar, mas ele já ta namorando.
Eu: Poxa, que pena...
Amiga Fofinha: Pior é que o namorado dele é muito afetado...
Eu: É mesmo?
Amiga Fofinha: Pois é, eu acho. Ele não é normal igual a você, ele é muito afetado, sabe como é, né? Eu acho isso muito estranho. Não tem necessidade disso, né?
Eu: É né... (a contragosto)
Amiga Fofinha: Se meu amigo terminar com ele, eu te apresento meu amigo... (risos)
Eu: (risos)

Esses dias eu li um post no blog do Foxx, que aliás, foi bastante esclarecedor em vários sentidos. Há um tempo atrás, a luta contra o preconceito era apenas uma questão de bem-estar, como eu não me importava muito com o meu próprio bem estar, e apesar de me importar com o dos outros, nunca me liguei que minha participação poderia fazer diferença, eu acabei deixando essa questão de heterossexismo (não sei se é o termo certo, não queria usar homofobia aqui) meio de lado. Depois de ler o post do Foxx, e outros posts não apenas do Foxx, mas de outros blogayros brilhantes, minha visão sobre o assunto passou por várias modificações.

No início de tudo, eu era um cara muito preconceituoso com os caras mais afeminados. Tinha uma visão até um tanto facista com relação a isso. Pra mim, eles só queriam aparecer, se mostrar e chocar a sociedade. Na minha cabeça, isso era uma exposição desnecessária. Eu nunca senti necessidade de adquirir características femininas, como seios, ou usar batom, ou até mesmo assumir um tom de voz mais feminino. E eu interpretava isso como regra geral, logo, ninguém precisaria disso, e se agisse dessa maneira era porque queria chamar atenção. Vocês não tem ideia de como eu tenho vergonha de ter um dia pensado assim.

Eu fui amadurecendo, fui tendo mais contato com os outros gays. Conheci gays de todos os tipos, afeminados ou não, travestis... Algum fundamento tinha que ter para explicar tanta gente diferente dentro de um mesmo grupo. Não fazia parte da minha lógica interpretar um grupo por um comportamente padrão, mas eu acho que sempre tive tendencia a pensar assim meio que por instinto, ou seria mesmo o tal do condicionamento social. Nada que seja impossível de ser eliminado.

Eu li muita coisa, tentando achar explicações. Depois de um tempo, eu caí em mim. Será que eles fazem isso apenas para chamar atenção mesmo? E tentei fazer uma coisa que nunca antes tinha pensado em fazer: me colocar no lugar deles. Foi só isso. Se não tem lógica se tornar gay, também não tem lógica querer ser afeminado. Quem escolhe ser um chamaris de homofóbicos preconceituosos, quem escolhe sofrer as diversas modalidades do mesmo preconceito em todos os ambientes pelos quais passa? Se um homem é afeminado, é porque ele nasceu assim, com essa característica. Para arrematar esse raciocinio, eu li alguns artigos, supostamente de cunho científico, que afirmavam exatamente esse raciocínio.

Com o tempo, eu fui vendo isso de maneira muito mais natural, de forma que hoje, chamar um afeminado ou afetado de estranho ou anormal passa a ser tão absurdo quanto dizer que um negro é menos capaz de passar em um vestibular que um branco. Acabei até simpatizando demais com os afeminados, hoje eu até me atraio pelo tipo, o que antes o preconceito não me deixava (fala sério, eu acho super charmoso quando um cara chega pra mim com aquela voz afeminadamente entonada... xD). Me sinto mais maduro com essa visão, como se eu tivesse dado um passo a frente no caminho para ser uma pessoa cada vez mais evoluida, que não julga as outras pela capa.

Mas depois de tudo isso, ainda assim eu ainda não me identificava nem fazia questão de me engajar na nossa causa, não sei se por preguiça, se por não compreender ao certo a dimensão disso tudo, ou uma mistura dos dois. Só que outra coisa que o Foxx conseguiu fazer, sem querer, com aquele texto incrível, foi a gota d'água para eu abraçar a ideia de uma vez por todas. Ele associou essa visão que minha amiga tem dos gays tidos como normais pela sociedade com a inserção dos gays na sociedade de consumo.

Eu vejo a sociedade de consumo como uma droga. Nós temos consciencia de que aquilo tudo só faz mal pra todos nós, mas não conseguimos nos desvencilhar dessa realidade. E o pior é que ver uma solução para acabar com isso é um tarefa muito difíciu, tanto que eu não consigo imaginar o mundo agora, de repente, livre do capitalismo selvagem. Eu não quero fazer mais associações aqui, senão esse post não acaba nunca, e eu confesso que já estou muito tempo sem ler nada sobre o assunto, estou enferrujado. Só estou escrevendo com um coração que nunca se conformou com a realidade com que viveu desde que nasceu. Me sinto culpado, por sustentar esse sistema que destroi sonhos, vidas inocentes, ao passo que me sinto injustiçado, por também ser vítima desse sistema, apesar de as ilusões funcionarem como uma espécie de ópio que nos mantém comprando, porque é só pra isso que agente serve, né?

Juntar todo esse, digamos, ressentimento (utilizando um eufemismo muito grande) que eu tenho pelo sistema, com todo o preconceito encrustado nessa sociedade tosca que pode inclusive limitar o meu direito de livre expressão de afeto, ou pior, o meu direito natural de ser Pai (meu sonho é ser pai, e eu quero criar meu filho do lado do meu homem, com todos os direitos que temos e ainda não temos) me pareceu no mínimo chocante. Foi como se alguém chegasse em mim, durante um sono pesado, me sacudisse pelos ombros com força e dissesse:

Qual é, seu idiota... Vai ficar aí parado sem fazer nada? Vai continuar concordando com esse povo só para não ficar mal na fita na frente dos seus amigos?

Eu to perdido. Eu quero fazer, mas não sei o que fazer. Tenho medo, mas também tenho vontade de chocar, de gritar, de discutir, de me impor. O que eu faço agora? Como eu faço? Com quem eu faço? Quem vai lutar comigo? Quem vai me beijar na entrada do cinema só para chocar os pais de familia e as donas de casa de bem? Eu quero tudo isso... Eu não quero ser normal, não quero ser o gay normal... Eu quero entrar na luta, quero sair da casca, sem deixar de ser eu mesmo. Como eu faço???

Eu sonho com o dia em que comentários como o da minha amiga não serão mais ditos. Que nós possamos ser vistos com o mínimo de respeito que merecemos, ou melhor, que não sejamos mais vistos. Que eu poderei chegar no cinema, com um namorado, e beija-lo como qualquer casal tido como normal faz. Eu não quero ser normal, eu só quero ser eu mesmo, plenamente, e que os normais deixem de existir.

Bom gente, isso é tudo que eu tenho a dizer. Nunca pensei que um comentário pudesse dar vazão a tanta coisa que estava entupindo minhas ideias. O fato é que eu estou mais leve do que nunca, mais gay do que nunca (adoro isso).

Um Beijo a todos, de graça... Porque o amor não se compra! Até o próximo post!!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sujeito Passional II: A primeira vez

Putz, amigos, desculpem encher o saco de vocês de novo. Eu mesmo já estou de saco cheio. Não vou culpa-los se não lerem esse post. Mas eu preciso escrever isso, preciso me libertar disso hoje, não aguento mais. Há poucos dias me aconteceu uma coisa que me ressucitou fantasmas que pra mim já tinham feito a passagem há muito tempo, mas estavam lá, só esperando o melhor momento de aparecer a acabar comigo. Hoje é o dia do exoscismo, eles vão sumir da minha vida de vez.



Meu Ídolo Freddie na cena da libertação (I want to break Free)

Bom gente, eu não vou ficar repetindo aqui as coisas do outro post. Vamos direto ao ponto específico do de hoje, sem os alongamentos de costume. Hoje eu vou falar de uma pessoa, um grande amigo, que sem saber acabou comigo por muito tempo, numa espécie de tortura. Eu já falei dele aqui no blog, o nome dele é Walmir (não vou preservar a identidade dele).

Wall foi um marco na minha vida, apareceu no momento que eu mais precisei dele, se não fosse ele, eu nem estaria aqui, escrevendo para vocês. Ele me ajudou fazendo com que eu revelasse não só para ele, mas para mim mesmo, que eu sou gay. Eu fiz o mesmo por ele. Se seríamos felizes? Nós não sabíamos, tínhmos 16 anos. Mas o fato é que não precisariamos mais carregar o peso sozinhos. E esse foi o estopim para a cascata de acontecimentos que me levaram a me tornar um sujeito bem resolvido com a minha sexualidade. Só que eu e Wall, não éramos apenas grandes amigos, ou confidentes. A sexualidade não foi a única coisa que Wall fez por mim. Ele foi o primeiro cara com quem eu fiz sexo.

Foi uma coisa quase que natural, e imagino que aconteça com muita gente. Ele era meu amigo, dormia várias vezes lá em casa. Em uma dessas vezes, nós decidimos experimentar, e acabou acontecendo. E aconteceram outras vezes (não me lembro mais quantas). No início foi estranho, nós éramos amigos, era normal rolar um sentimento estranho. Ele era muito frio e mecânico, e eu me sentia desconfortável. Tinhamos vergonha um do outro ainda. Nós não nos beijávamos, só faziamos sexo. A medida que as coisas começaram evoluir, nós ganhamos mais intimidade nesse aspecto. Até que um dia, ele decidiu me beijar, me acariciar, e fez o sexo com mais sentimento e sensiblidade. Verdade gente, até aquele momento, nossa relação não tinha mudado em nada, e o sexo que fazíamos era quase uma masturbação de tão mecanico e casual que era. Só que dessa vez foi diferente, ele me deu atenção, e eu estava muito carente. Na minha cabeça, a amizade que eu sentia por ele começou a se transformar em amor, eu eu fiquei ligado nele.

Tentei falar com ele, mais de uma vez, mas ele não me deu importancia, ele não sabia lidar com isso, e ele ainda era só o meu amigo, não sentia mais nada por mim. Foi então que eu comecei a reprimir o que eu sentia, com medo de estragar uma amizade tão importante. O tempo passou, sim, mas eu ainda pensava que era com ele que deveria ficar. Ficava indignado com a forma que ele era tratado pelos pais, queria poder fugir com ele, para morarmos juntos e enfrentarmos o mundo só nós dois. Eu acreditava que uma relação entre nós pudesse dar certo, e fui sustentando esse sentimento, no stand by, tentando esconder o fato de mim mesmo. Cheguei ao ridículo de sentir ciúme dos professores de inglês, que ele adorava dar em cima, e dos caras que ele dizia que queria pegar.

O Wall nunca foi um cara de convivencia fácil. Se você não gostasse dele de cara, você não ia gostar dele nunca mais. Ele é um tipo meio franco, que tenta ser engraçadinho. E com isso, ele acabava me dizendo coisas que eu não gostava de ouvir. Ele me colocava pra baixo, me comparava com pessoas... Isso me magoava, porque eu já gostava dele, me atingia o ego, e derrubava a minha auto-estima. Eu sei que não era intenção dele, sei que queria tirar sarro da nossa situação, mas ainda assim eu me sentia magoado. Isso foi me deixando triste, deprimido, e isso se arrastou durante um bom tempo. Até que Wall começou a me falar do Marcelo (pseudônimo), um rapaz casado (com mulher), bonito, corpo perfeito e esbelto... Ele tava apaixonado pelo Marcelo, e o Marcelo dava corda a ele (nem preciso dizer o que eles faziam, né?). Bem, eu senti um ciúme danado no início, acabei transferindo o ciúme para um comportamento mais ríspido com o Wall, que ele ignorou. O que mais me deixou triste foi o fato de Wall ter feito coisas por Marcelo que ele nunca faria por mim. O que vocês acham que eu fiz? Sentei e chorei? Não. Eu estava começando a utilizar o blog na época, e com o blog veio o amor próprio. Eu já estava cansado de ser uma figura secundária na minha própria vida. Decidi olhar pra mim mesmo e enchergar um homem bonito, sensível, e merecedor de outro homem a sua altura.

Aquelas atitudes, as comparações, as atitudes dele com o Marcelo, e o meu amor próprio fizeram com que esta coisa que eu entendia como sendo amor e sentia pelo Wall fosse se desfazendo, até ficar apenas a velha amizade que eu sentia por ele ainda na época em que "não eramos" gays, já um tanto abalada pelo fio de mágoa que eu senti (eu sou ser humano, eu me magoo sim, não tenho culpa, mas eu sempre supero isso). Os acontecimentos narrados no ultimo post foram o ponto final da história, quando eu vi que posso sentir algo diferente por uma pessoa que não era ele. Eu meio que me distanciei do Wall, quase que naturalmente, ao longo desse ano, e só agora ele percebeu e sentiu minha falta. Sentiu ciumes de vocês, dos meus amigos não virtuais, alegou a eles e a vocês esse nosso afastasmento. Fez até um poema sobre isso (ele escreve poesia quando está com os sentimentos a flor da pele, foi o primeiro poema que ele fez pra mim e me mostrou). Eu não gostei disso, me senti ofendido... É como se ele tivesse colocando a culpa de tudo nos meus outros amigos.

Ninguém tem culpa nessa estória, ou ambos temos: ele devia ter me dado mais atenção e me ajudado a eliminar esse sentimento maluco que eu criei por ele, já eu não devia ter me envolvido. Mas meus amigos não tem nada a ver com isso. Eu disse tudo isso a ele, como eu me senti durante esse tempo, e ele ficou transtornado. Acho que foi demais pra ele saber isso tudo, até meio egoísta da minha parte. Mas pra mim, somente pra mim, foi bom demais. Coloquei os pingos nos is, arrumei meu coração, e ele está limpinho e... vazio. A carencia agora vem como um leão pronta para me devorar, e eu estou pronto para procurar um amor de verdade, ou mesmo para me divertir, seja lá o que for... Acho que amadureci com tudo isso, estou ficando menos passional, sem deixar de ser sensível, porque a sensibilidade é uma virtude, e eu gosto de ser sensível.

Deixar de ser amigo dele nunca, ele é um dos amigos mais importantes dessa vida. Agora eu só quero que a nossa amizade tome o viço de antes. A carencia? Eu resolvo isso em breve, e não vai ser com o Rei, kkkk. Desisti do rapaz, nada como uns comentários coerentes e amigos para me fazerem desencanar rsrsrs. Espero que não faltem pretendentes agora, já que tem bastante espaço sobrando.

Bem gente, disculpem mais um post novela mexicana/ malhação gay. No próximo eu vou tentar colocar algo mais animado, ou mais agressivo (dessa vez é sério). Os que tiveram paciancia de ler, obrigado, cometem... hahah. Os que não tiveram, ahh, os que não leram nem isso vão ler, então deixa quieto... kkkkk

Beijos e Abraços Renovados... Até o Próximo!!!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sujeito Passional

"Sou um animal sentimental, me apego facilmente ao que desperta o meu desejo" (Sereníssima, Legião Urbana)



Eu sou do signo de Touro. Eu não entendo muito de astrologia, mas eu sei de três coisas sobre o meu signo: primeiro, quem é de Touro nasce entre Abril e Maio (se eu não soubesse, não saberia que eu era de Touro, kkk); segundo, a pedra que simboliza o sígno é o quartzo rosa (adoooro, cintilante até a morte, kkkk); e terceiro, os indivíduos de Touro são conhecidos por serem extremamente passionais. Todos sabem aquí que eu sou ateu assumido (o que mais na vida eu tenho que assumir?? kkk), não sou tão cético quanto a maioria dos ateus, mas é natural que eu seja um tantinho cético sim: não acredito em astrologia, mas gosto de reparar nas coincidencias com a vida real.

O objetivo desse blablabla todo é me justificar, com base na astrologia: Sou um cara muito passional. Eu já disse aquí, meu ego é meu ponto fraco. Quer destruir meu dia? Fale mal de mim na minha cara, ou pior, me faça elogios, faça com que eu me envolva totalmente, e depois me largue sem dar explicações. Pois é gente, acho que não escolhemos esse caminho (daí apelei para o meu signo). Não acho que isso seja uma vantagem, pelo contrário, acho isso uma merda. O meu último pseudorrelacionamento me deixou balançado por quase 1 ano, ele mexeu comigo usando o meu ego, e eu me apeguei muito a ele, depois ele sumiu e não deu mais notícias, fiquei mal no início, depois minha auto-estima foi meio que derrubada, e só há pouco tempo comecei a me olhar com mais entusiasmo (excluí o puto rapaz do msn, orkut, ou seja mais lá que outra rede social), sentia profunda raiva quando um amigo ou outro perguntava "E o Fulano? Não deu mais as caras?"

Eu me entrego muito facilmente, mergulho fundo, me apego mesmo. E as pessoas percebem isso fácil, apesar de eu ser muito reservado pessoalmente, e acabam me magoando fácil também. Outro ponto fraco meu é o sexo, eu não consigo separar as coisas, sabe? Se eu estou disposto a fazer sexo com um homem, é porque ele já me conquistou um pouquinho, e acaba me fazendo ficar ainda mais de quatro (as vezes literalmente, kkkk) quando o sexo é bom. Por esse motivo principalmente, além de outros, eu não faço sexo com qualquer um... Só com aqueles por quem eu to muito interessado, ou seja, que me levam na conversa.

Bom gente, eu sei que estou enchendo o saco de vocês com esse papinho de bicha malcomida gay carente, mas eu preciso desabafar, entendem?? Vamos lá então: há umas três semanas bateu aquela carencia sazonal (eu tenho carencia sazonal), e então, eu decidi entrar no bate-papo (tá, em 90% dos casos eu não conheço ninguém interessante nesses bate-papos, mas eu me divirto muito com as figuras que circulam por lá). Entre uma conversa e outra, eu conheci um rapaz, o Rei (vou chama-lo por um pseudônimo, para preservar sua identidade). Cara fofinho, do jeitinho que eu gosto, lindinho, gordinho, inteligente, culto, mora "perto", e faz faculdade (futuro promissor). Gostei dele, pensei várias vezes que ele fosse um fake (ele era muito dentro dos meus "padrões" de qualidade), mas não deixei de me comunicar com ele, adicionei no msn, no orkut... Até que surgiu a proposta: "Eu moro sozinho, vem aqui na minha casa pra que agente possa se conhecer pessoalmente". É claro, o Rei nem tinha segundas intenções, né? hehe. Mas eu fiquei empolgado e excitado com a proposta, que acabei aceitando. Claro, eu não sou burro, passaram muitas coisas pela minha cabeça (será que ele é um maníaco? será que ele vai me dar bolo? será que ele não é o cara da foto?), cheguei a hesitar, mas a minha excitação e curiosidade eram tamanhas que eu acabei indo ao encontro do bofe, na casa dele.

Aí é que coisa complica. Lá fui eu, mal trocamos uma ideia e ele já tinha pulado no meu espcoço e começado a me beijar. Só o fato de ele querer me beijar já foi suficiente para eu começar a me derreter, a me envolver (ai, como eu sou burro). Não demorou muito e comecaram as carícias mais ousadas, e pouco a pouco nós fomos nos conhecendo, detalhe por detalhe, e eu cada vez mais fascinado com o corpo, com as palavras, com as atitudes. Foi lindo, só o que eu digo, foi lindo, excitante, marcou na memória. E ele sempre massageando meu ego, como se já soubesse. Tudo bem, a hora correu e eu precisava voltar pra casa antes que minha mãe começasse a me ligar, marcamos de nos encontrarmos no dia seguinte (ontem), na Outside Party, uma festa LGBT que ocorre no Circo Voador (Lapa - RJ).


 
Tudo bem, fui pra casa, feliz da vida, cheio de esperança: "Alguém gosta de mim", "Alguém sente tesão por mim", "Eu quero ele, eu quero esse garoto". Já estava quase ouvindo os passarinhos cantando. Mas enfim, o dia da festa chegou, e eu na pilha para ver o gatinho de novo. Liguei pra ele, e ele nada. Quando já era quase a hora de me arrumar, ele me liga, avisando que não ia mais, porque estava muito cansado, mas que era pra eu ir, e aproveitar a festa por ele. Eu: "Poxa, que pena... Eu não vou deixar mesmo de ir na Outside por causa dele, mas queria muito que ele fosse". Tá, eu fui, e foi muito bom, nos divertimos muito, eu e o Gui, que me acompanhou a apavorou (isso você perguntam pra ele, kkkk). Voltei pra casa depois da longa e divertida noite, fui dormir e acordei já indo direto pro PC para ver se encontrava o Rei on-line. Ele estava lá, e fomos conversando, até que eu o chamei para ir ao cinema:

Rei: "Não posso, lindo. Volto para minha cidade natal para omemorar as festas ainda essa semana"
Eu: "Então eu só vou te ver de novo depois do ano novo?"
Rei: "Na verdade, nós não nos veremos por um bom tempo. Depois das festas eu viajo, vou passar as férias fora do estado e só volto no início de março"

Eu?? Fiquei destruido. Como eu sempre tenho uma visão pessimista das coisas, eu já imaginei que ele tava me dando um perdido. E estou com esse pensamento constante. Mesmo que não seja, será que ele vai ficar até março sem conhecer ninguém interessante? Será que eu vou consiguir esquecer ele até que ele volte em março? E se eu gostar de outra cara nesse meio tempo, será que ele vai mecher comigo quando voltar? Eu queria muito que o cara fosse ele, mas tenho medo de sofrer ainda mais. Nós seremos amigos, pelo menos amigos de internet, mas eu vou pensar nele por um bom tempo, afinal de contas, não é todo dia que agente acha exatamente aquilo que agente procura. Tenho esperanças? Ela é a ultima que morre, e eu ainda quero tentar algo mais sólido com o Rei. Mas eu não vou ficar três meses suspirando por ele, vou tentar abstrair, conhecer gente nova, e tentar esquecar daquela tarde inesquecível de quinta feira (9/12).

Eu sou burro, vocês podem até pensar. Mas não fui eu que escolhi ser assim. Eu sou e pronto, daria tudo para não ser tão passional, amar fácil e sofrer mais fácil ainda. Só espero poder superar essa fossa logo, seja lá de que jeito.

"And I guess that's why they call it the blues
Time on my hands could be time spent with you
Laughing like children, living like lovers
Rolling like thunder under the covers
And I guess that's why they call it the blues"
(I guess that's why they call it the blues - Elton John)

Desculpem por encher mais ainda o saco de vocês com isso. Prometo fazer posts mais animados daqui pra frente
Abraços e e beijos apaixonados a todos... Até o próximo post!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sim, eu sou Urso...

Essa sempre foi uma questão complicada pra mim, sabe? Não ser aceito, ou admirado, ou desejado da maneira que eu mereço por ser gordo, e já expus isso aqui antes. Não sei se isso é coisa da minha cabeça, mas a cada dia que passa, eu vejo que não é não, as pessoas são sim muito preconceituosas conosco. Eu não sou muito gordo, eu tenho o que alguns chamam de sobrepeso, nada que prejudique minha saúde... Mas ainda tem muita gente que faz questão de salientar isso, de jogar na minha cara: VOCÊ É GORDO... Tá, eu sou gordo? Sou mesmo, qual é o problema? O problema é que as pessoas costumam associar isso a outras coisas que não tem nada a ver, como por exemplo: se você é gordo, você é fedorento (eu definitivamente não sou fedorento, mesmo transpirando muito); os gordos não tem uma boa performance sexual (O que??? O que uma coisa tem a ver com a outra??), ahh, quase me esqueci, a pior de todas, "Ahh, se ele fosse uns quilinhos mais magro, ele seria tão bonitinho" (Essa é a coisa que eu mais ODEIO ouvir... Porque eu não posso ser bonito, gostoso ou seja lá o que for com o peso que eu tenho?? Tudo bem, pode ser uma questão de gosto sim, mas isso não é motivo para me taxar, ou ofender).
Eu, particularmente, nunca fiz distinção por peso, cor, tamanho (sim, é isso mesmo que vocês estão pensando), grau de femininidade, ou seja mais lá o que for... A beleza é muito relativa, em todos os aspectos, isto é, cada um vê a beleza de uma forma diferente, e cada pessoa pode ser bonita do seu jeito. Não existe essa história de padrão, isso não entra na minha cabeça... E ainda tem o fator da personalidade, que é muito importante. Só que como considerar os outros fatores se a maioria das pessoas faz questão de desconsidera-los no momento que um único fator se mostra fora do padrão? Eu, sinceramente, to cansado de tentar me inserir nisso...



Sim, já pensei em diversas coisas para colocar os meus parâmetros de beleza superficial em conformidade com o padrão. Já fiz dieta, natação, musculação, já até pensei em tomar anorexígenos (mas só pensei, nunca consumei o ato), e tudo isso só serviu para uma coisa: me deixar ainda mais frustado. Já tive uns episódios de depressão por causa disso. Isso sempre me deixou muito mal, e sempre modulou as minhas atitudes, principalmente no campo amoroso. Só que eu cansei, cansei de tentar agradar somente aos outros e não a mim. Se eu tentasse emagrecer agora, eu ia me privar de muitas coisas que eu gosto, e ia ter que seguir uma rotina que não me agrada, além de me atrapalhar em diversos aspectos. Por isso, eu decidi, não vou mais rmar contra a maré...



Eu nunca consegui ver beleza no meu corpo, e isso é muito estranho, sabe? Por que se fosse outro cara com o corpo igual ao meu, eu me sentiria atraido, eu sempre gostei dos mais cheinhos, mas na hora de olhar para mim mesmo, eu não conseguia me achar  bonito, ou desejável. Depois que eu criei esse blog, não sei porque, mas acabei aprendendo a ver a minha beleza de maneira mais clara, acabei apredendo a me valorizar mais. Para fechar toda essa história, eu resolvi adotar um rótulo. Ta, normalmente os rótulos não são bons, eu sei, mas nesse caso, ele ta me ajudando a me ver de forma ainda melhor, e me mpstra a possibilidade de que eu posso sim ser desejado sim... De agora em diante, eu sou um Urso, bem másculo, viril e peludo.



(kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, essa parte foi zuação). Mas sim, a ideia de "Urso" sempre me agradou muito, sempre me identifiquei muito com eles, e a aparencia deles sempre me agradou, sempre me excitou... Por isso decidi adotar o rótulo de vez! Não sei se ja me encaixo nesse grupo, mas nada que o tempo não possa fazer, né? rsrsrs



 
Enfim, minha intensão hoje era fazer um post engraçado, acabou ficando essa coisa meio desabafo que vocês leram (eu espero que tenham lido mesmo, kkk), até meio sem noção, não sei... Mas eu não vou mais editar meus posts, não quero ferir a ideia do blog que vem no seu título.

Então galera, um abraço de Urso, beijo do gordo, sei lá... O que você preferirem... Até o próximo!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Do Título de Nobreza... Estou ficando importante!!! hehehe


Esse final de semana eu fui agraciado com um título de nobreza. A digníssima rainha Beth VOX I, do reino de TerraExtrangeira, me indicou essa coisa fofa que está aí em cima, alegando que essas palavras soltas, que muitas vezes ultrajam as regras ortográficas, ou mesmo o bom senso, fazem sua vida mais feliz. Eu, como exímio invasor do reino de TerraExtrangeira, me senti lisongeado com tal honraria, já que na verdade, é o blog de BSvox que me faz feliz... Nunca ri tanto como nos ultimos dias, quando li os posts sarcásticos e debochados de Vossa Majestade. Decifrei e fui devorado várias vezes, sem nunca perder o sorriso no rosto... Já virou mais um vício visitar o blog do Vox (já estou me sentindo íntimo dele, kkkk), assim como muitos outros blogs, cujos posts eu comento assíduamente. Já estou até pensando em Brasília como um local abençoado (e olha que eu nem acredito em Deus ou em santo algum), antes apenas por ter sido palco do nascimento da banda de Rock mais genial do Brasil, agora também por abrigar a criatura mais divertida de que se tem notícia (eu sou puxa saco mesmo e assumo, mas é tudo verdade, não tenho vocação para falsidade, sabe?).
Pra me deixar mais feliz ainda, hoje fazendo minha leitura habitual de blogs, eu descobri que o meu amigo SG, autor do blog "Sou Gay", também me indicou para este mesmo selo... Estou ficando importante, não acham?? rsrsrs
Enfim, é claro que todo selo tem regras... As desse são as seguintes:

1- Poste 3 coisas que te fazem feliz;
2- Poste uma tira, figura, ou qualquer outra coisa que se pareça com você e te faça feliz;
3- Indique 6 blogs que te fazem feliz...

D'accord, allons-y...

Três coisas que me deixam feliz:

1- Elogios (que me deixar feliz? Me faça um elogio... Meu ego é meu ponto fraco)
2- Fazer pessoas felizes (isso inclui dar presentes, conselhos, ajuda em momentos difíceis, etc... Me faz me sentir útil, sabe?)
3- Estar com as pessoas que amo, onde quer que seja...

A Tira

Vou postar uma tira... Eu sou um cara que adora sarcasmo, mas também sou um cara que não suporta hipocrisia. Quando o sarcasmo está associado a críticas a práticas de hipocrisia, eu não consigo controlar o riso. Sendo assim, aí está a tal tirinha...



Os 6 blogs que me fazem feliz:

Essa parte é difíciu... Todos os blogs que eu leio me fazem feliz, senão eu não os leria (não tem lógica?). Pra piorar a situação, muitos blogs que eu gosto ou já possuem o selo ou acabaram de receber, e como eu sou um cara democrático (mesmo que seja por pressão social), eu não acho legal passar o selo para eles. Mas quero deixar bem claro que eu adoraria ter passado esse selo para o "As de Espadas", "Estórias do Mundo", "Uivos do Além", "Sou Gay", o próprio "Decifra-me ou Devoro-te", dentre outros que gosto muito também...

Os escolhidos são os seguintes:

1- Olhos da Borboleta - Haha... Eu sou um garoto muito esperto e pensei nesse artifício. Desde que conheci os Blogs da Madrinha, eu me apaixonei pelo jeito dela expressar seus sentimentos. "Borboleta nos Olhos" foi um dos primeiros blogs que segui, e é um dos que mais leio, tanto que a madrinha é hoje minha madrinha do coração. Já havia pensado em algumamaneira de presentear a madrinha com uma homenagem assim, mas nunca consegui, afinal ela é tão porreta que já possui uma porrada de selos e homenagens. Pois bem, recentemente eu descobri as outras facetas da madrinha, e o "Olhos da Borboleta" me fez marejar os olhos de tão bonito, adoro a linguagem poética da madrinha, e nesse blog ela o faz de maneira ainda mais intensa do que no próprio "Borboleta nos Olhos". Não sei se a madrinha publica selos nesse blog, mas a homenagem ta feita :D...

2- afternonsense - Eu indiquei ele da primeira vez que recebi um selo, e ele não publicou, talvez por negligencia minha mesmo de não te-lo avisado, mas agora estou indicando de novo, porque o Melo , sem dúvida, deixou esse meus ultimos meses muito mais felizes. O primeiro conto dele eu li por um motivo engraçado, tinha o meu nome (leia Julio)... Fiquei com aquele conto na minha cabeça a semana inteira, tinha todos os elementos que um conto tem que ter pra ser foda na medida certa: romantico, engraçado, emocionante, triste e até um pouco erótico/excitante. Dali em diante me tornei fã dos contos do Melo, e voltava sempre que ele trazia uma nova fornada quentinha...

3- O que aconteceria comigo? - O Bruno, além do padrinho Gui, é um dos poucos blogayros que conheci antes do próprio blog. O blog dele é muitro bom, engraçado, espontâneo, alegre.. Enfim, tem a nossa cara, tem um pouco de cada gay lá, apesar de ser um blog pessoal do Bruno. Não existe um blog mais merecedor, feliz é o melhor adjetivo para ele... Além disso, Bruno é uma pessoa fantástica, quem conhece sabe...

4- Wonderful, 'cause I am... - Porque o blog de Thiago me faz mais Feliz? Porque ele gosta de astrologia, porque ele é crítico, porque ele sofre como eu, por que o blog ajuda o Thiago a ver que ele é wonderful de qualquer jeito, e que ser gay não é motivo para se sentir menos que os outros. Eles são fantasticos (o blog e o Thiago), e me indentifico muito com eles, de verdade. Por isso ele merece esse selo (e nem vem com essa história de que não tem nimguém para indicar, hein?? rsrs).

5- Delírios do Malk - O Malk (ou seria o Junior?) foi uma feliz surpresa... Desde que tive acesso ao seu blog, eu fiquei encucado para descobrir se quem escreve é Junior ou o Malk... O que mais desejo aos dois é de que se tornem e mesa pessoa o quanto antes... Outro blog que me identifico muito, e que me diverte muito... Mais que merecido, na minha opinião...

6- Mãe de Filho Gay - Pasmem, descobri essa preciosidade hoje (mais uma inteligentíssima indicação da minha madrinha antenada), e fiquei muito emocionado... A Lilah provavelmente não lerá esse post, pois só passei a comentar no blog dela hoje... Mas eu, como gay, e como filho de uma mãe maravilhosa, que se tivesse paciencia para a internet certamente faria um blog como o da Lilah, eu não posso deixar de prestar essa homenagem a ela. Ela me deixou mais feliz hoje, levantou meu dia, me fez acreditar que as coisas podem mudar pra melhor sim, e que daqui há algum tempo nós não seremos julgados ou rejeitados sem direito a defesa... Meu desejo era que existissem muitos, mas muitos outros blogs como o da Lilah...

Por fim, só quero agradecer. Agradecer a todos que ajudam a construir o "Sem Cortes e Sem Edição", e por isso me fazem um sujeito mais feliz a cada dia. Obrigado...

Um beijo sincero e um nobre abraço!!! Até o próximo post