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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quebra-cabeça




"Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.
Podermos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós.
Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.
"
(Tá Combinado - Maria Bethania)

Eu nem sei se deveria estar escrevendo isso. Mas decidi que não vou mais me censurar por causa dos outros, e eu preciso desocupar a minha mente, porque esses pensamentos já estão me saturando. Enfim, existe alguém, que meche comigo demais. Não é o mesmo dos ultimos posts, mas causa em mim um efeito muito próximo. Ou talvez não, é um pouco diferente, não sei explicar direito.

O que tem de mais interessante no desejo, e que é muito raro no amor, é que o desejo não é egoista. Nos permitimos desejar mais de uma pessoa, muitas delas... Mas amar, amar como amante mesmo, já é um tanto mais complicado, pelo menos eu não me imagino nessa situação.

E o que eu sinto é justamente isso: desejo. Esse alguém se encontrou comigo de uma maneira muito única. Pode até ter acontecido comigo antes, em outras ocasiões... Mas com ele foi diferente, eu senti isso... Foi como se fossemos duas peças vizinhas em um quebra-cabeça: um encaixe tão perfeito, sem sobras nem faltas... E eu gostei tanto daquele encontro, que acho que vou lembrar disso pra sempre.

O acaso nos separou, e nos reuniu, e, como se já não bastasse, nos colocou em uma encruzilhada. Mesmo assim, decidimos repetir. E foi um encaiche tão perfeito quanto o primeiro. Talvez tal perfeição se dê pela minha falta de experiencia, ou pelas palavras tão doces (vocês sabem que eu adoro doce, né? haha)que ele insiste em me repetir, que eu tanto queria escutar, mesmo sabendo que podem não ser verdadeiras.

O fato é que tudo isso me fez querer mais. O quebra-cabeça nem sempre está montado. Meu desejo era remontá-lo sempre, para me divertir, para diverti-lo, para apreder, para ensinar, ou simpelsmente para vê-lo de novo. Mas o acaso insiste em nos separar, e insiste em me lembrar que brincar de quebra-cabeça é difíciu, e que nem sempre eu estou disposto a realizar tais desafios.

Não, eu não o amo (ainda) como amaria um amante. O acaso não me permite. Eu não me permito. Porque tenho medo me jogar no precipicio, apesar de querer voar. Fraturas doem, e demoram a sarar. Minha vida não me permite me fraturar a alma agora, nesse momento. Por isso não me permito ama-lo, apenas cultivo um grande afeto, uma grande amizade... e a vontade, essa que nunca passa, e nem fica estacionada, nesse caso.

Eu queria ter a liberdade de ama-lo, ter a coragem de me jogar e me esborrachar, ou ter a certeza de que ele seguraria a minha mão e que voariamos juntos... Mas eu não tenho... Mesmo com as palavras que tanto gosto de ouvir de sua boca. A unica certeza que eu tenho é que o nosso encaiche é perfeito, tão perfeito que eu consigo me satisfazer, por hora, com a sua amizade, e com o seu corpo que tanto me atrai, sem compromisso maior que a amizade e a cumplicidade.

Continuo a minha busca pela peça do quebra-cabeça. Não sei se pode ser ele, nem quero saber agora (será que não quero?). Só sei que não quero me magoar. Continuo provando as outras peças, quem sabe eu não encontro uma tão boa quanto? (melhor eu acho que não encontro). E, vez ou outra, divertindo e me divertindo com aquela perfeição de encaiche, sem me prender a ele. Quebra-cabeças se desmontam com uma facilidade tão conveniente...

É isso galera. Já estou bem melhor agora... Agora eu já vou, porque já tá muito tarde para continuar brincando... xD



"Mas e se o amor pra nós chegar,
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?
Mas e se o amor já está,
se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?
Então não fale nada, apague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor...
"
(Tá Combinado - Maria Bethania)
Um beijo a todos... Até o próximo post!

PS1: Vocês perceberam que eu não coloquei uma música da Legião dessa vez? Culpa dele... rs
PS2: Essa mania de colocar música no post eu peguei com o BSvox.... hahahahahahah

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Desejo com Sabor de Chocolate

"Aprendi a esperar
Mas não tenho mais certeza
Agora que estou bem
Tão pouca coisa me interessa...


Contra minha própria vontade
Sou teimoso, sincero
E insisto em ter
Vontade própria...
"
(L'Age D'Or - Legião Urbana)


O tempo passa... E pressa é a expressão mais desesperada da vontade. Mas vontade é coisa que dá e passa, não dizem? Isso é uma mentira... Vontade é uma coisa que dá, e fica estacionada. Quando menos se espera, ela aparece de novo.

O fato é que eu descobri: ele não era ele. Talvez porque ele seja perfeito. Sim, ele é... E quando a esmola é muita, o santo desconfia. Eu não sou santo (nem um pouquinho), mas desconfiei. E decidimos, em comum acordo, que ele não seria ele. E eu fiquei muito satisfeito: dos perfeitos, é melhor ter a amizade do que o amor.

Algo ainda me incomoda nisso tudo. É a tal da vontade. Como eu disse, ela não passa, fica estacionada. Será que essa tentação seria capaz de transpor um sentimento tão puro quanto a amizade? Acredito que seja... Não tem problema, amizade não se abala nunca, e eu sinto que essa é sincera. Quando rola admiração e empatia, ela é sincera, não precisa nem testar.

Na verdade, eu não sou exigente (e é pela enésima vez que eu digo isso, hahah). Não tem mousse de maracujá, eu peço o mousse de chocolate: tão doce quanto, só que com um tom de amargo, pecaminoso... Maravilhosamente inebriante, viciante... Algo que até a ciência tenta explicar, mas não consegue (serotonina, talvez?). E sim, eu quero me deleitar também, pelo menos enquanto eu não acho alguém que me dê mousse de maracujá... E eu posso, porque eu não tenho medo do pecado. Como já dizia Cazuza e cantava Cássia Eller, “Bobeira é não viver a realidade”, só que eu ainda tenho uma vida inteira... Uma vida para comer esses doces impulsivamente...



Eu espero o mousse de chocolate ficar pronto... O de maracujá eu vou procurar outro dia, em outra loja. Aliás, de maracujá eu já to meio enjoado. Esses dias eu comi e acho que já estava meio passado, porque não me desceu muito bem não.

Estou criando coragem para mostrar meus poemas aqui. Mas sim, decidi posta-los logo em breve (quem sabe no próximo post?). Antes eu não ia, porque eles estão relacionados a ele. Mas agora que eu acho que as coisas estão mais ou menos nos trilhos certos, não vejo problema de postá-los aqui (ou será que vejo? Não sei =/). E sim, podem falar mal deles, caso minhas jibóias digerindo elefantes se pareçam mais com chapeis... hahahaha

Mudando de assunto, assim de repente... Eu queria oferecer um post para a Madrinha, para ela colocar lá no outro blog dela. Pra quem não sabe, ela teve uma idéia maravilhosa de convidar outros blogueiros e blogueiras para, durante o mês de março, fazerem posts lá no Eu Sou a Graúna sobre “mulheres admiráveis”. Eu adorei a ideia e também queria participar... Difíciu é escolher uma mulher entre as tantas sobre as quais eu queria falar: Cássia Eller, Marisa Monte, JK Rolling, quem sabe a própria Borboleta? rsrs. Madrinha, o que você acha?

Outra coisa, que eu não poderia deixar de comentar aqui. Eu fico muito, mas muito feliz quando eu vejo que algo que eu fiz realmente fez alguém pensar ou lembrar de alguma coisa, ainda mais quando a pessoa é alguém que eu admiro muito. Sendo mais específico, eu fiquei muito honrado com a citação que o Melo fez sobre meu post lá no blog dele, afinal de contas, eu sempre admirei muito o Melo e o trabalho dele... Aliás, pra quando é o Livro?? rsrsr

"Qual é teu nome?
Qual é teu signo?
Teu corpo é gostoso
Teu rosto é bonito...

Qual é o teu arcano?
Tua pedra preciosa?
Acho tocante
Acreditares nisso...
"
(L'Age D'Or - Legião Urbana)






Bem gente... Acho que isso é tudo! E continuem comentando, vocês sabem que eu adoro... xD... Vou ali comer um doce, senão eu vou pirar!!! hahahahah

Um abraço a todos... Até o próximo

PS: Eu nem ia colocar música nenhuma nesse post... Mas eu achei que L'Age D'Or se encaixava legal na situação... rsrsrs... Acho que já tá virando um hábito. Vocês já devem estar de saco cheio de tanta música da Legião, não é? hauahauaha

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mulheres da Minha Vida


Estava voltando pra casa. Quando chego na esquina da minha rua, encontro Vivian, indo em minha direção.

Eu: Oi Vivian...
Vivian: Oi Julinho... Tudo bem?
Victor Hugo (no colo dela): Uinhu... (aponta pra mim)
Eu (cara de surpresa): Nossa Vivian, esse menino tá mais esperto a cada dia...
Vivian: Não é verdade? Mas é porque ele também chama o pai dele assim, deve ter se lembrado...
Eu: Passa lá em casa qualquer dia desses, minha mãe quer te ver...
Vivian: Claro, passo sim... (sorri)

Vivian sempre foi uma garota muito precoce. Crescemos juntos, ela era minha vizinha desde que nascemos. Ela era poucos meses mais velha. A mãe dela vivia dizendo que, se não nos casássemos, seríamos melhores amigos. De fato, não poderia me casar com ela (vocês sabem porque). Mesmo ela sendo linda, não era dessa fruta que eu queria comer (e nem quero ainda). Mas na infância agente ainda não tem paladar para frutas. Ela era a minha namoradinha, daquelas que normalmente agente tem aos 5 ou 6 anos de idade. Vivíamos juntos, pra lá e pra cá... Éramos sim, grandes amigos... O tempo nos separou. Ela começou a criar corpo, só que eu comecei a gostar de garotos... Nos distanciamos, talvez por causa do estudo, talvez por causa das diferenças... Hoje ela é mãe, tem um filhinho lindo, e um namorado de verdade. Fico muito feliz por ela, mas gostaria de resgatar aquela amizade pura da infância... Sinto saudades daquela Vivian que me escrevia cartinhas de amor, que me chantageava para eu fazer o que ela queria, que me dava selinhos...

Bruna veio na minha cabeça esses dias, não sei por quê... Sempre linda, com seus cabelos pretos e compridos, a pele bem branca, o corpo bem formado, seios fartos. Não sei ainda o que eu senti por ela naquela época. Eu tinha 15 anos, ela tinha 19. Estudávamos francês... Eu era meio CDF, ela me pedia ajuda com as tarefas, sempre me procurava para formar os grupos de trabalho. Quando trabalhávamos juntos ela projetava os seios em direção a mim, soltava aquele sorriso lindo... Talvez fosse coisa da minha cabeça. O fato é que ela me dava aquela esperança ilusória, tendência de qualquer menino de 15 anos que ainda nem sabe o que está sentindo, disposto a usar todas as armas de que dispunha para lutar contra aquele sentimento antinatural. Eu queria me sentir atraído por ela, e queria muito. Me dei ao luxo de pensar constantemente nela, e já estava acreditando que ela seria a solução dos meus problemas. Mas não, foi apenas uma ilusão (e graças a deus que foi uma ilusão). Ilusão de pensar que uma garota linda como ela se interessaria por um CDF, que ainda por cima era bem mais novo. Ilusão maior ainda de acreditar que ela resolveria o meu "problema". Pouco tempo passou e ela se mudou para os EUA. Menos de 6 meses de sua partida e eu vejo as fotos do seu casamento no Orkut. Minha certeza de que ela não seria a tal solução para os meus "problemas" apareceu quando eu me vi mais atraído pelo noivo dela do que por ela (nossa, que americano gato... kkkk). Enfim, enganos acontecem, ainda mais quando queremos nos enganar...

Esses dias eu encontrei Carla na padaria. Ela como sempre, me chamou de "Meu Amor". Eu coloquei a mão na barriga dela, e perguntei para quando seria. Ela respondeu que Alice viria em Maio. Se Vivian era bastante precoce, Carla era mais ainda. Nos conhecíamos da infância também. Mas apenas quando eu tinha 16 e ela 13 que nos beijamos pela primeira vez. Eu sempre a vi como amiga, nada mais. Dela não se podia dizer o mesmo. Carla foi a primeira e pessoa que demonstrou claramente algum tipo de interesse em mim, como homem. Mesmo assim, era contra a minha natureza sentir mais do que um grande afeto por ela. Um garoto de 16 ou 17 anos não tem maturidade para abrir mão de sopro de ego assim tão fácil, nem do álibi perfeito para manter as coisas estacionadas, muito menos para abrir o jogo com uma menina que se dizia apaixonada por ele. Mas o Júlio de 18 anos teve maturidade suficiente para acabar com uma "farsa" que não visão dele era no mínimo desleal. "Carla, você sabe o quanto que eu gosto de você, menina... Mas nós só poderemos ser amigos, porque eu sou gay". Ela reagiu bem melhor do que eu pensei, pelo menos aparentemente. Como eu disse, ela era bastante precoce. Levou aquilo na maior naturalidade. Hoje ela encontrou o Júlio César dela (o namorado dela tem o mesmo nome que eu, dá pra acreditar?) que a deu de presente a Alice, que chega em Maio. Só de pensar que a Alice poderia ser minha filha, eu já penso "Graças a Deus que eu nasci gay..." Eu não teria grana nem maturidade agora para assumir um filho, apensar de querer muito isso. Só deixo os meus votos a minha amiga Carla, que ela seja feliz, e que esse outro Júlio a ame de verdade, do jeito que ela merece.

Mamãe e Nana já tem um post só para elas, e terão mais outros. Nem preciso dizer o quanto essas são especiais pra mim. Do mesmo jeito que são especiais as minhas tias, todas elas. As minhas madrinhas, todas as duas. Aliás minha madrinha Silvia (que coincidentemente mora no mesmo Estado que a minha madrinha Borboleta) me ligou esses dias me elogiando por esse blog, e pela minha decisão de ter assumido a homossexualidade publicamente. Seria um fato corriqueiro e sem tanta relevância se não considerássemos que dindinha Silvia é evangélica da Igreja Batista. Não concorda com o homossexualismo, nem podemos dizer que ela é o tipo de religiosa liberal. Dindinha Silvia é o tipo de mulher que leva a religião a sério, e eu não posso deixar de admirar isso nela, apesar de tudo. Essa atitude dela me encheu de alegria, não por ela ter me "aceitado" em si, mas eu tê-la feita vencer uma barreira do preconceito, tê-la feito refletir, mesmo que apenas por um momento, considerando apenas o coração e o bom-senso, e não os dogmas religiosos. Pra mim, foi uma conquista... Pequena, mas já ta valendo... :D

Tem ainda muitas, muitas outras mulheres especiais que passaram e passam pela minha vida a cada dia. Cada uma com a sua importância, fazendo a diferença... Por isso eu não entendo quando dizem que "Gay não gosta de mulher" ou que "Gay tem alergia a mulher". Isso pra mim é um afronta, me ofende. O que seria de mim sem elas? O que seria da minha vida sem a presença decisiva delas? Como que eu, apenas por ser gay, poderia deixar de amá-las? Não, elas são minhas, todas elas... As mulheres da minha vida... Todas elas têm e sempre vão ter um lugarzinho aqui no meu coração...

O Post saiu maior do que eu esperava... rsrs. Vocês entendem, né?

Um grande beijo, um forte abraço... Até o próximo Post!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Angústia com Sabor de Maracujá


"Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu

Até pensei que era mais
Por não saber que ainda sou capaz de acreditar
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem

Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Pra algum país distante
Voltar a ser feliz

Já não sei dizer o que aconteceu
Se tudo o que sonhei foi mesmo um sonho meu
Se o meu desejo então já se realizou
O que fazer depois, pra onde é que eu vou?

Eu vi você voltar pra mim..."
(Maurício – Legião Urbana)

Sinto falta de alguém. De alguém que me dê atenção. De alguém que me diga o que eu mereço ouvir. Que me diga o que eu quero ouvir, mesmo que não seja verdade. Que me coloque pra cima (em todos os sentidos), que me dê força e coragem pra continuar essa rotina cansativa. Que me dê um sentido na vida. Que me dê filhos, mesmo que estes não sejam nossos. Que faça planos comigo. Que me faça sofrer de saudades, de ciúmes...

Tenho medo. Morro de medo de essa pessoa não existir. E olha que eu não exijo perfeição. Acho que não estou em condições de exigir nada. Eu só queria alguém que me chamasse de "meu", é exigir muito? Mas eu tenho esperança... Acho que é ela que me dá esse impulso para continuar sonhando com ele, mesmo sem saber se ele realmente existe, ou se ele é criação da minha cabeça.

Minha esperança ainda vai mais longe, me fazendo acreditar que ele pode estar aqui, pertinho... Talvez não tão perto agora, mas também não tão longe. Algo verdadeiro, tocável, com cheiro, cor. E ele é tão perfeito, mesmo eu não exigindo perfeição. Seria audácia minha querê-lo? Será que eu devo, que eu posso? Será que ele é assim tão perfeito, ou é apenas algo que eu criei na minha cabeça? Isso já não importa... O que me intriga é não ter certeza de que ele é mesmo ele... E isso não se descobre com pressa, se descobre com paciência, tempo...

Não vivem dizendo por aí que o amor é uma ilusão? Pois então, tudo que eu queria agora era vivê-la. Como quem come um mousse de maracujá: aquela brevidade doce, que nos tira desse plano por alguns segundos, segundos tão maravilhosos que ficam guardados na nossa cabeça. E eu sou guloso, quero me deleitar. Multiplicar os segundos em horas, dias e meses (quiçá anos...). Comer todos os mousses de maracujá que eu tenho direito, sem me preocupar com as conseqüências.





Mas eu tenho pressa, e dizem que a pressa é inimiga da perfeição. Eu não quero perfeição, quero realidade. Acho que a pressa é inimiga dos acontecimentos. Então vou ter que dar um freio nessa danada. Pra que se importar com a espera, se dela podem brotar os frutos que eu tanto desejo, com sabor de mousse de maracujá?

"Seja paciente, Júlio... Você nem chegou aos 20 e já tá desse jeito, moleque? Toma vergonha na cara e vá estudar, vá cuidar de sua vida... Porque amor não enche barriga não, ainda mais amor platônico." (Palavras de Dona Consciência, já to de saco cheio dessa gorda chata). Infelizmente (ou felizmente) eu tenho consciência que o amor, por mais que seja muito, não alimenta, nem tira fome, nem dá dor de barriga, como faz o meu mousse preferido...

Uma noite dessas eu escrevi dois poemas. Um bando de pensamentos povoava a minha mente e não me deixava dormir, além do calor que faz há noite aqui em casa. Levantei e escrevi. Não sei se ficaram bons, acho que ficaram meio bobos. Quando eu escrevi a minha última poesia eu tinha 14 anos, e com ela ganhei o festival de poesia da minha escola. Pois é, mesmo tendo muito mais incentivo do que os personagens de Saint-Exupéry (tá que a minha poesia ficou bonitinha na época, nada comparado a uma jibóia digerindo um elefante, kkk), acho que com o tempo sem praticar, acabei perdendo o jeitinho pra coisa. Também, depois de trocar uma palavra com o Bruno sobre poesia, acabei descobrindo que eu não entendo nada disso... Acho melhor eu voltar a estudar células do sistema imunológico, pelo menos parte delas eu entendo (kkk).





Enfim, ruins ou não, eu não vou queimá-los (os meus poemas de agora) como pensei em fazer logo de cara, mas também não os postarei aqui. Pelo menos não por enquanto, até ter certeza de que eles não são tão idiotas quanto eu penso.
"Maurício" é uma música linda. Eu vivo dizendo que Legião Urbana é minha trilha sonora, só que tem músicas deles que eu definitivamente não queria ter como tema. "Maurício" é uma delas, apesar de linda... Pra minha insatisfação e angústia, de alguma forma, essa música se encaixou na minha vida assim, de repente, nem sei como... Vou deixar a música aqui, caso alguém ainda não tenha ouvido. Pensando pelo lado positivo, antes ter "Maurício" na minha trilha sonora do que "Love in the Afternoon", hahaha.



Um beijo daqueles que eu sempre deixo para vocês. Virtual, mas cheio de carinho... E até o próximo post!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

De Volta


Oi pessoal, estou on-line de novo! Eu sei que eu disse que seria apenas uma semana, acabei me alongando para mais uma. O fato é que eu nunca estive tão ocupado durante as férias. Aliás, pra falar a verdade, eu não sei o que são férias de verão desde 2007/2008.

Eu já devo ter comentado aqui que 2008 não foi um ano fácil, em nenhum dos campos da minha vida. Acho que carrego o cansaço obtido nele até hoje. Foi um ano inteiro estudando em período integral, por causa do curso técnico, e ainda estudando aos sábados também em período integral, por causa do pré-vestibular. Além disso tudo, ainda tinha Inglês e Francês.

Mal dava para respirar. Vida social? Não podia nem pensar nisso. Pra piorar a minha situação eu ainda perdi a minha única oportunidade de descansar dessa maratona de 1 ano: as minhas férias de verão. Isso já foi por causa do estágio. Sim, tive que fazer estágio para concluir o meu curso técnico. Comecei assim que as aulas acabaram no final de novembro. Não tive nem um final de semana para descansar. E pasme, eu estagiei em uma obra de grande porte, custeada pelo Governo Federal (o nosso famoso PAC). Não era uma obra do PAC qualquer, era uma obra enorme, onde estavam envolvidas três das maiores construtoras desse país. Uma grande experiência, que eu carrego pra minha vida toda, apesar dos pesares (todos aqui sabem o que costuma acontecer em obras desse tipo, mas por amor a minha vida, assim bem exagerado mesmo, eu vou deixar subentendido).

Agora, a pergunta que não quer calar. Como é que um cara com formação técnica em Edificações, com estágio, a ponto de tirar o CREA, tendo a oportunidade de ser efetivado por uma das três empresas de grande porte envolvidas naquela obra imensa, teve a burrice audácia de tentar vestibular (e passar) para um curso da área da saúde (tipo, nada a ver) e não para Engenharia Civil ou Arquitetura? Bom gente, eu tento encontrar uma resposta decente para isso até hoje.

Uma coisa é fato, a cada dia que passa, eu tenho mais certeza de que eu nasci para ser farmacêutico. O curso é muito cansativo, difícil... mas é encantador (pelo menos pra mim). Também tem aquela leve sensação de que eu seria uma pessoa pouco realizada profissionalmente caso eu seguisse a carreira de Engenharia, ou Arquitetura. Só que também tem o outro lado. De vez em quando, me vem a cabeça que eu poderia estar ganhando 10 vezes o que eu recebo hoje como bolsista de IC, apenas como estagiário de engenharia civil em uma construtora multinacional de grande porte. As vezes me bate aquela saudade do meu escalímetro, do compasso, da régua T, do papel manteiga... Dos meus projetos. Tijolo de vidro, jardim interno, telha de barro colonial... De brincar de arquiteto no CAD... Eu sinto falta disso as vezes, e fico pensando se eu seria um bom Arquiteto, ou engenheiro.




 
Mas a cada dia que passa, a cada ramo novo da biologia e da química que eu desvendo, a cada possibilidade de atuação do farmacêutico que eu descubro, eu fico mais apaixonado pela minha futura profissão. Valeu a pena abrir mão de um salário bom em curto prazo, valeu a pena transformar a minha criatividade em hobby, valeu a pena entrar em um ramo totalmente novo e desconhecido... Acho que já posso dizer que encontrei minha vocação (acho que é melhor esperar eu me formar antes de dizer isso com tanta certeza, não é? Hahah).

Pois foi assim que eu entrei nessa louca rotina da faculdade de Farmácia. Saí do estágio numa sexta-feira em março de 2009 para começar a estudar na segunda-feira seguinte. Não tive descanso nem nas férias de julho, quando eu, Gui e Ângela resolvemos fazer um minicurso oferecido pelo instituto de química. Nas férias de verão de 2009 para 2010 eu também não descansei, tive que participar de um outro curso de férias por causa da minha IC (a história de como eu consegui essa IC também é muito louca, talvez eu fale sobre isso em outro post futuramente).

Essas seriam as minhas primeiras férias tranqüilas desde 2007/2008. Cheguei até a ter o mês de janeiro para vadiar descansar um pouco. Só que, mais uma vez por causa da IC, eu tive que interromper meu descanso. Só que dessa vez eu estou muito mais empolgado. Estou em um projeto realmente interessante e que desperta muito o meu interesse. Tá até valendo sacrificar o restinho das minhas férias por causa dele.

Essa semana eu tenho mais um evento relacionado a esse projeto, mas eu vou procurar visitá-los mesmo assim. Essas duas semanas longe da Blogosfera me fizeram ver de verdade como esse troço vicia. Eu estou morrendo de saudades de todos vocês, tanto dos textos quanto da presença virtual de cada um aqui nesse blog. Quis falar de coisas que aconteceram comigo, de sentimentos, de angústias aqui no blog durante essas duas semanas de ausência. Mas já passou, e agora tudo que eu quero é estar aqui até que as aulas voltem efetivamente, quando ficará muito mais difícil, e o tempo será muito mais escaço.

Bem gente, acho que isso é tudo... Falei de tudo o que eu queria e mais um pouco (como sempre)... rsrsrs

Um beijo a todos, um abraço apertado... E até o próximo post!