Procure Edições Antigas

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A minha eterna companheira... Que não me abandona nunca!!!

Oi pessoal...

Eu não pretendia postar hoje, de verdade. O meu final de semana está acabando e eu ainda nem toquei no meu fichário. Deveria estar seguindo o esemplo do meu padrinho, que está estudando feito um doido nesse final de período. Mas eu não tenho cabeça para estudar... Pelo menos não hoje! Hoje, pessoal, foi um dos dias mais importantes, emocionantes e felizes da minha vida. Preciso dividir esse momento com vocês.

Pois bem, vamos começar explicando esse tírulo. Não, eu não resolvi virar hetero e arrumar uma companheira mulher, até por que isso seria impossível, na minha visão. A companheira de que falo é a minha mãe. Eu sempre tive uma relação maravilhosa com minha mãe, mais do que com meu pai. É claro, eu amo muito meu pai, mas ele sempre trabalhou muito, não participou de muitos momentos importantes na minha formação, e eu não julgo ele por isso, afinal de contas ele sempre esteve presente nos momentos em que precidei dele. Mas minha mãe não, eu não consigo imaginar um momento da minha vida em que minha mãe não estivesse presente. Mesmo ultimamente, com os problemas de saúde que a tiram a liberdade, ela sempre dá um jeito de participar das coisas importantes que acontecem comigo. De mim, com relação a ela, também nunca foi diferente. Sempre tivemos uma relação muito forte, eu sempre fiz questão de acompanha-la também, seja nas compras mensais ou semanais ao mercado quando ela ainda tinha plena saúde para fazer isso, até as ultimas idas à casa da vovó e do vovô, nas quais minha presença já era necessária, pois a saúde dela já a impedia de andar sozinha nas ruas. Ela sempre me chamou carinhosamente de companheiro, aquele que nunca a abandona, que sempre a acompanha onde quer que ela vá...

Como eu já disse antes aqui, não só minha mãe, mas também meu pai, sempre foram muito liberais, e nunca ligaram a mínima para o que os idiotas da familia falavam sobre a educação que eles davam a mim e a minha irmã. Para vocês terem uma noção, quando eu tinha uns 5 anos, eu era fã do desenho "A Pequena Sereia", e também adorava bonecas Barbie... Foi lançada na época uma boneca da Ariel que tinha um cabelo enorme que ia até o pé. Eu fiquei doido quando eu vi aquela boneca na loja (nem precisa dizer que eu fiz a maior pirraça dentro da loja querendo a boneca, desde de pequena eu já era barraqueira, kkkkkkkkkk). Diante disso, meus pais, ao invés de me recriminar, me bater, gritar comigo ou até mesmo comprar uma bola no lugar da boneca, resolveram comprar a boneca mesmo e me dar de presente. E que se danem os idiotas que insistiam em dizer que eu ia virar um viadinho e que isso era culpa deles (que eu virei um viadinho é verdade, e com muito orgulho eu digo isso, mas isso não é nem de longe culpa dos meus pais, aliás, isso não é culpa de ninguém, mas isso não é assunto a ser discutido aqui).

Pois é, mesmo meus pais sendo assim tão compreensivos, muito mais do que muitos outros pais que eu conheço, eu nunca tive coragem de dividir a questão da minha sexualidade com eles. No início por medo e preconceito meu mesmo, mas naquela época eu tinha 12-13 anos, não sabia de nada da vida, não tinha a mínima noção das coisas, era muito frágil e qualquer negação poderia representar um trauma para toda vida. A medida que as coisas foram acontecendo, eu fui arrumando outras disculpas, como a própria saúde da minha mãe, ou o medo de expor meus pais a fofocas de gente sem noção que pertence a minha familia. Todas essas disculpas, pelo menos em parte, faziam sentido pra mim, e eram verdade. Mas no fundo eu sabia (e sempre soube) que eu nunca dividi isso com eles por medo, medo de não sei onde, por que eu sempre soube que eles me aceitariam... Acho que medo que a própria sociedade nos impõe, e eu nunca tive maturidade suficiente para enfrentá-lo, pelo menos não até agora há pouco....

O fato é que foram vários fatores que me levaram a abrir o jogo. O primeiro é óbvio, eu já não aguentava mais (vide isso). Segundo, se por um lado eu não tinha coragem de contar a verdade pros meus pais (principalmente pra minha mãe), por outro eu tinha um medo enorme de ela achar que eu não confiei nela, afinal, ela é a minha companheira, sempre esteve presente em tudo de importante que acontece na minha vida, ela deveria ser a pessoa mais confiável do mundo pra mim (e é), além disso, muita gente já sabia da minha sexualidade, se ela soubesse das coisas por outra pessoa, seria uma exposição desnecessária, e ela ficaria muito decepcionada comigo. Uma outra coisa, a gota d'água, que me fez enchergar com mais clareza tudo isso que estou escrevendo aquí, foi uma conversa com o Gui... Estávamos falando pelo msn, e ele, da meira que só ele sabe fazer, jogou todas as verdades bem na minha cara, como se fosse um murro bem dado, daqueles de deixar você tonto e de levar um tombo... Naquele momento, ele me fez ver que todo aquele medo que eu sentia da reação de minha mãe era desnecessário, descabido e era gerado exatamente pela minha imaturidade. Naquela hora, eu percebi que não podia passar desse final de semana...

Tudo aconteceu ontem, eu fiquei o dia inteiro tomando coragem e esperando o momento certo, a hora em que eu e ela estaríamos sozinhos. Por volta das sete e meia da tarde, eu fui com ela pra cozinha fazer pizza para o jantar... Fizemos tudo, montamos as pizzas, e ela estava lavando a louça, tinhamos conversados sobre coisas diversas, e no momento, estávamos em silencio... Foi então que eu dei o primeiro passo: "Mãe, preciso te falar uma coisa, mas eu nem sei por onde começar...", daí em diante eu engasguei, não sei porque, mas eu não consegui falar mais nada, comecei a chorar. Ela, como sempre preocupada comigo, imaginou um monte de besteira: "Você ta sofrendo bulling na faculdade, filho??", "Você não vai conseguir passar na faculdade esse ano??", preocupações normais, minha única resposta: "É muito mais complicado que isso".

"É algo que está te fazendo sofrer, filho?", eu disse: "Sim, mãe, há muito tempo. Acho que você já sabe do que se trata". Seria pretenção demais da minha supor que ela não saberia. Daquele ponto eu comecei a falar, falei tudo, desde tudo o que eu sofri no início da puberdade até este blog... Ela segurou a minha mão, e disse: "É meu filho, eu já desconfiava sim". Depois ela disse que todo aquele sofrimento era desnecessário, que se eu tivesse contado antes, ela teria a oportunidade de me apoiar. Falou que não importava a minha sexualidade, de jeito nenhum, e o que ela queria ela já tinha, um filho honesto e brilhante que nunca faria mal a ninguém. Falou ainda que agradecia muito a Deus por eu ser "discreto" (não gosto muito desse termo, mas daí a esperar dela algo diferente já era demais), não por que eu chamaria atenção se fosse de outro jeito, mas porque sendo assim eu sofreria menos preconceito, e a coisa que a deixaria mais triste na vida dela era se alguém me humilhasse por causa da minha sexualidade. Por ultimo, ela falou que quando eu conhecer um garoto legal, que valhga a pena pra mim, ela fará questão de conhecer, e se eu quiser traze-lo para dormir comigo lá em casa, eu terei liberdade de fazê-lo, pois tenho tanto direito quanto a minha imã...

Foi menos um peso enorme nas minhas costas.Confesso que já esperava essa reação dela, mas supreou as minhas espectativas. Minha mãe é o máximo, e eu amo muito ela. Ela sempre vai ser minha companheira, a única mulher da minha vida. Agora, eu tenho liberdade, sou livre, transparente, CINTILANTE... kkkkkkkk... O fato é que nada mais importa agora, quem importava já sabe, e continua me amando do mesmo jeito, não preciso carregar a culpa de ter decepcionado a pessoa que mais me ama nesse mundo. O resto é fichinha....

Bem gente, desculpem o post toscamente gigante, mas não podia ser de outro jeito. Eu tinha que dividir isso, e além do mais, esse momento tinha que ser documentado aquí. Só tenho a gradecer a vocês, por todas as palavras amigas, vocês foram fundamentais para que eu desse esse passo definitivo.

Um grande abraço a todos vocês... Até o próximo post!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Atv, Pass ou Ver???

Olha gente, eu tava tomando coragem para escrever esse post... Não porque eu tenha muitos problemas em falar abertamente sobre sexo. Pelo contrário, acho que me reprimir em falar de sexo é um tabu desnecessário... Mas, como eu não criei nenhum alter ego para escrever esse blog, eu morro morria de medo de alguém da minha família acessar e se deparar com declarações minha a respeito de sexo com outros homens... Mas em fim, como eu disse, eu morria de medo... Nas ultimas semanas (de duas pra cá) eu resolvi jogar a merda no ventilador pra ver no que dá (putz, desculpem a expressão horroroza), e tem mais, se alguém que não sabe que sou gay ler isso aqui e não gostar, eu não to nem aí, se incomode longe de mim, eu já tenho problemas demais, não preciso de mais um.

Voltando ao que interessa (hehehe), ontem eu li um post no blog na Borboleta (a madrinha querida). Ela teve a incrível iniciativa de organizar uma blogagem coletiva sobre o tema "violência doméstica contra a mulher", lembrando o 25 de novembro. Enfim, durante toda a semana ela convidou vários outros blogueiros para tratar do assunto, e ontem eu li o post escrito pelo meu padirnho, o Gui. Como já é de costume, o Gui escreveu sobre o assunto no melhor do seu estilo: bem objetivo, bem ácido, jogando as verdades na nossa cara, sempre com os argumentos certos, sem ser apeltativo mas não perdendo a força do discurso... Nem precisa dizer que adorei o texto que ele escreveu, né?? rsrsrs. Mas enfim, o post do Gui nada tinha a ver com o assunto desse post aqui, na verdade, nem tinha muita relação com qualquer tema relativo a homossexualidade. Só que o Gui usou uma comparação (só umazinha) que foi suficiente para me fazer refletir muito... E me deixou muito PUTO da vida...

Não gente, calma... Eu não to pensando em me prostituir (o especialista na palavra PUTA e suas variações é o BSvox, kkkkk, leia isso e isso). E também não discordei  com a comparação. Na verdade, o que me irritou foi exatamente o fato de eu concordar com ela, pelo menos em parte. O Gui estava falando sobre machismo disfarçado de "cavalheirismo", e como as mulheres tornavam-se dependentes de seus parceiros devido a isso, tando emocianl quanto financeiramente. A comparação: Ele disse que acontecia algo parecido com os homossexuais masculinos (nós, os gays), e que o Ativo normalmente pagava a conta do restaurante, ou do motel (mais provável, kkk), enquanto o passivo esperava a iniciativa do ativo...

Assim, eu confesso que, no fundo (no fundinho é mais... deixa pra lá... kkkk) isso tem um "q" de verdade... E me atingiu pessoalmente. Eu sou um cara muito tímido, normalmente eu prefiro esperar a iniciativa alheia do que eu mesmo ir lá toma-la. Também confesso que isso atinge em cheio o meu ego, adoro me sentir desejado, mesmo que seja só um beijo ou coisa assim. Outra coisa, na primeira vez que eu sai com um cara, apesar de eu ter tomado a iniciativa de tomar um chopp na cantareira, ele é que pagou a conta (e depois também o motel), e eu fui passivo na situação... Não pude deixar de lembrar disso tudo, e fui obrigado a concordar com ele (e o padrinho sempre jogando as verdades na cara).

Mas, fala sério, eu não concordo com isso não... Pelo menos não na teoria. Na verdade, eu implico até com a questão "ser ativo" ou "ser passivo". Pra mim, isso tem dois problemas básicos: primeiro, gera mais um preconceito dentro da nossa própria esfera, ou vai dizer que não existe um preconceitosinho?? O pior é que esse preconceito é bilateral, tanto o ativo se acha melhor por ser "menos viado" (ou até por "não ser" sendo), quanto alguns passivos se acham melhores por serem mais gays (ridiculo, para não dizer TOSCO); segundo, pra mim, essa separação só reforça aquela visão que eu tanto odeio de que, em um casal gay, existe o passivo (que faz o papel da mulher) e o ativo (que faz o papel do homem). Vocês conseguem ver a importancia disso?? Isso é a origem da intolerancia, gente. Enquanto as pessoas não conseguirem pensar em um casal formado por dois homens, enquanto existir o esteriótipo do passivo mulézinha e do ativo machão, a sociedade nunca nos verá com o respeito que merecemos e nem da forma que queremos, nunca irão nos compreender.

Mas olha só, vou deixar bem claro aquí que essa discussão de ativo e passivo nada tem a ver com "ser afeminado" ou não. Na verdade, a questão de ser afeminado ou não ser nada tem a ver com homossexualismo, tanto que existem sim homens heterossexuais que são afeminados (apesar de raros), e isso é comprovado cientificamente (não lembro o nome nem tenho o link do artigo, mas assim que eu achar eu linko pra vocês, pra quem se interessa por embriologia e genética, neah?? rsrs).

Outra coisa que gostaria de deixar claro, eu não estou criticando a vontade de ninguém. Eu, particularmente, gosto de ser ativo e passivo, apesar de nunca ter sido ativo, sinto vondade de ser. Mas sim, eu entendo que existam pessoas que não gostem de ser passivos, e tem caras que não gostam de ser ativos (apesar de não compreende-las). O que me irrita é a pessoa se intitular passivo ou ativo, afinal, a sua vida sexual é individual, é problema seu, e vc não tem q dar satisfação disso a ninguém (a não ser pro bofe, neah??). E depois, eu acredito no amor, eu acredito que, se um cara é teoricamente ativo, ele aceitaria ser passivo com um cara que ele ama, e o mesmo vale para os teoricamente passivos.

Por último, eu gostaria de comentar mais uma coisa. Eu sempre me martirizei por ser gay, só fui aceitar isso de verdade há cerca de 2 anos. Achava que ser gay não tinha nada de vantajoso. No entanto, hoje eu percebo que, se eu não fosse gay, eu não seria compensado sexualmente. Eu tenho um apetite sexual muito grande, não sei como eu consigo ficar tanto tempo sem sexo. O fato de eu gostar tanto de ser ativo quando de ser passivo acaba sendo uma oportunidade muito interessante de fazer com que o sexo não caia na mesmice, e acabe durando mais tempo. Eu duvido que se eu fosse hetero, eu conseguiria ficar fazendo sexo por mais que três horas com uma parceira. Uma hora eu ia acabar cansando, pq eu ia ficar fazendo sempre a mesma coisa. Sendo gay não, eu posso variar, ainda mais se o meu parceiro não tiver esses grilos com relação a sexo... Da pra fazer um estrago legal na cama (diversidade sexual é TUDO, né???).

Post bem depravado esse, né?? Só pra tirar a impressão de pós-adolescente que leu Harry Potter pela primeira vez aos 11 anos... kkkkkkkk

Beijos e amassos, ooops abraços... kkkkkkkkkkkkkkk
Até o próximo Post!!!

sábado, 20 de novembro de 2010

O princípio do fim de uma Era...

Oi pessoal, antes de tudo, eu queria agradecer, de coração, todas as palavras de carinho e toda atenção que vocês tiveram comigo no meu ultimo post... Achei lindo!!!
Agora, vamos ao post de hoje... Bem, um dos maiores defeitos que eu tenho é a preguiça, eita coisinha danada para atrapalhar nossa vida. Desde pequeno eu sou meio preguiçoso, não para tudo, mas para coisas que, sem motivo, eu acho que não vão dar em nada. Associado a isso, eu ainda faço parte de uma geração que resolveu brigar com a leitura. Ler livros não era um hábito na minha infância, e ninguém nunca fez questão de me influenciar a te-lo(essa é a educação que recebemos no Rio de Janeiro, e olha que eu estudava em escola particular, que todo mundo diz que é melhor que escola pública). Apesar disso, eu sempre gostei de filme, televisão... Adorava uma história bem contada pela(s) vovó(s), um filme de aventura, conto de fadas, e todo tipo... Nunca tive preconceito com isso.
Esse meu interesse por filmes, aliás, não só por filmes, mas por coisas novas também, me fez aos 11 anos me interessar em assistir o filme que era a ultima moda da época: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Não precisa nem dizer que eu me apaixonei pela história de cara, afinal, ela tinha todos os elementos que atraem uma criança de 11 anos: aventura, magia, coisas inesperadas e até um pouquinho de ação!




Nesse momento eu decidi tentar ler os livros... Pedi pra mamãe e papai de presente de dia das crianças xD... E eles me deram. A minha primeira reação quando vi os livros na minha frete foi de desafio: aos 11 anos eu nunca tinha lido um livro com mais de 50 páginas (e mesmo assim por obrigação)... Será que eu vou conseguir? Pensava eu... Minha mãe dizia: Tente pelo menos começar, se você gostou mesmo da história, você vai até o fim... Não só cheguei ao fim como virou um vício, mas um vício benéfico. Cada página era um mergulho num universo lindo e cheio de aventura, me fazia refletir sobre tudo. Acabei descobrindo com "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban" (esse foi o primeiro que li, eu acabei invertendo a ordem, rsrs) que ler era uma experiencia magnífica.



Quando eu finalmente resolvi seguir a ordem certa dos livros, eu pude perceber uma coisa muito interessante: cada livro era muito diferente do outro. Não sei se foi por que li os livros em épocas diferentes, entrando na minha adolescencia, e essa é uma fase em que as ideias e percepções mudam do dia pra noite, mas a cada livro que lia, eu sentia que os assuntos, as situações, as reflexões provocadas eram mais complexas: era como se a história estivesse crescendo junto comigo. Aprendi muita coisa lendo Harry Potter, não só a apreciar um bom livro, mas valores muito interessantes também, como saber a valorizar as amizades, ver todos os lados de uma mesma situação, respeitar as diferenças. Era como se eu errasse e aprendesse junto com eles, a cada trapalhada que eles cometiam nas histórias... Foi um dos elementos que mais influenciou na formação da minha personalidade. Além disso, os livros me proporcionaram uma outra coisa muito importante: a fuga da realidade. Cada vez que eu lia, eu me esquecia dos problemas que eu já tinha, esquecia das pressões que eu sofria nessa fase tão difíciu, esquecia que era gordinho e que as pessoas não gostavam de mim desse jeito, esquecia até que tinha que arrumar uma namorada para agradar todo mundo. Não foi só uma grande experiêcia, foi parte da minha vida.
Lembro até hoje como foi dificiu ler o ultimo capítulo de "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Eu tinha já tinha 17 anos (coincidencia, tá? rsrs). Foi outra época complicada na minha vida (ja comentei isso aqui). Senti algo muito estranho, foi como se naquele momento eu levasse um tapa na cara e minha consciencia gritasse "Acorda rapá, vc cresceu. Já é um homem feito"... Era o fim de uma Era na minha vida: A adolescencia. Não pude deixar de ficar triste, perdi a coisa que por muito tempo me deu forças para continuar. A partir daquele momento eu tive que seguir a vida sem a companhia dos meus fiéis amigos: Harry Rony e Hermione. Mas foi bom enquanto durou, e vou lembrar disso pra sempre!!!
Ontem foi a estreia da parte I de "Harry Potter e as Relíquias da Morte" no cinema. Minha vontade era ter ido na estreia, só para começar a despedida definitiva em grande estilo, mas os ingressos esgotaram antes mesmo de eu ficar a sabendo a data certa da estréia. Essa semana pretendo estar lá... Não perco isso por nada desse mundo!!! rsrsrs

Malfeito Feito! rsrsrsrsr
Um abraço e um beijo em todos vocês... Até o próximo post!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cansei de ser opaco!

Sabe gente, há pouco menos de três anos eu acho que nunca me imaginaria escrevendo as coisas que escrevo aquí... Sim, porque eu sempre fui muito conformado, receoso, e sempre penso duas vezes (geralmente mais que duas vezes) antes de fazer uma coisa. Na verdade, há três anos eu não planejava contar para ninguém a respeito da minha sexualidade. Esse era o segredo que eu queria carregar para o túmulo. E o pior, eu já tinha admitido para mim mesmo que essa era uma característica minha, que eu não ia mudar, aquela fase em que pensamos que vai aparecer uma garota perfeita que vai nos fazer virar "homens" já tinha passado para mim. A tal garota nunca tinha aparecido na minha vida e eu sabia que ela nunca ia existir. Isso transformou o ano de 2008 no ano mais difíciu da minha vida até hoje. Simpelsmente foi o ano em que todos os meus problemas resolveram se juntar para dar uma forcinha um ao outro: eu tava pressionado por causa do vestibular, me tremia todo só de pensar que eu poderia não passar e ficaria um ano inteiro parado e inútil, me matei de estudar essa ano, gastei mais tempo do que eu podia com isso, perdi horas e horas de sono; a preocupação com o estágio, que eu deveria fazer antes de terminar o ensino médio, senão eu não me formava; a preocupação com o meu corpo, é que eu sempre fui complexado com o meu peso, eu nunca me conformei de ser assim, gordo, e isso era muito pior na época da escola, me consumiu muitas lágrimas, feriu muito meu ego, minha auto estima, feridas cujas cicatrizes permanecem até hoje e ainda doem de vez em quando; e finalmente, o pir de todos os problemas, a minha sexualidade...
Numa sociedade em que os jovens iniciam sua vida sexual no meio da adolescencia, eu me sintia um peixe fora d'água: aos 17 anos eu ainda era virgem. Eu sabia por que eu ainda era virgem, porque eu não queria perder minha virgindade com uma mulher, e nem tinha coragem de mostrar para qualquer outra pessoa que na verdade eu queria ficar com um homem. Mas isso era só uma preocupação boba de adolescente, hoje eu vejo que o problema não era exatamente esse, era muito maior. Eu não pensava só nessas coisas, também me preocupava com as consequencias a longo prazo disso: eu tentava me imaginar como eu poderia ser feliz dali pra frente... Será que satisfação profissional era suficiente? Essa era a minha única alternativa, porque a minha vida amorosa e sexual eu já tinha decidido, ia joga-las no lixo...
Claro, eu não iria me casar com uma mulher só para agradar aos terceiros, não seria justo nem comigo e nem com ela, ela seria infeliz por não ser amada, e eu não seria feliz por não ama-la, e ainda teria a questão do sexo, que com certeza pode acabar com qualquer relação (na verdade, a falta dele). Não é justo brincar com o sentimento de uma pessoa só para mentir dizer para o mundo que você está seguindo o padrão. Diante disso, a única alternativa que me restava era romper com a minha vida sexual e amorosa. Me tornar um homem solitário, assim pelo menos o unico prejudicado seria eu.
Nunca passou pela minha cabeça contar para os meus pais ou para um amigo próximo sobre a minha sexualidade. Eu tinha 17 anos, morria de medo de ser isolado, discriminado, joagado de lado, só por causa da minha sexualidade. As pessoas sempre me admiraram tanto por causa da minha dediação, por causa de tudo que eu tinha conquistado até o momento, mesmo sendo tão jovem: na minha cabeça, essa adminarção ia acabar se elas soubesse que eu era gay. Eu amava tanto os meus amigos, necessitava tanto deles (e ainda necessito), não para me ouvir, mas para eu ouvi-los e dar meus conselhos, meus pitecos, isso sempre me fez um bem danado... Contar para eles poderia acabar com tudo isso... Tá, eu fui egoísta, mas quem não é nessas horas?? Poderia ter confiado mais neles, ter considerado a possibilidade de que eles me aceitariam do jeito que eu sou porque eles me amam e me escolheram como amigo, mas o medo de perde-los era maior que tudo!
Já com meus pais foi (e é) diferente. Eles sempre deixaram bem claro que eu era uma das coisas mais importantes da vida deles, e que eles jamais iam me criticar ou renegar por ser homossexual. Os meus pais são os melhores pais desse planeta, são compreensivos, liberais... Mas eu não contei a eles, por que eu penso demais. Eu acho que isso poderia causar mais preocupações a eles do que eles já têm. E depois, eles seriam criticados demais por me aceitar, principalmente pela família. Eu penso neles o tempo todo, não quero expo-los a esse tipo de preconceito, de preconceito já me basta o que eu sofro. Tudo bem, pode parecer que não confio neles, mas a questão não é essa... Se eu estivesse pensando só em mim, com certeza já teria contado!
Mas enfim, voltando a 2008, toda aquela situação estava me esmagando... Eu não aguentava mais, já estava prejudicando até o meu rendimento escolar, não sei como eu consegui ficar tanto tempo sob aquela pressão. Foi então que apareceu a salvação, o ombro, o corpo, a cabeça, o ouvido, o homem competo, que me tirou daquele estado de declinio emocional constante. O nome dele é Walmir, e naquela altura do campeonado ele já era o meu melhor amigo. Nos conhecemos no primeiro ano do ensino médio, poucos meses e já não nos desgrudávamos mais (vou falar dele merecidamente em outro post, aqui já não dá mais espaço). Na verdade, foi uma atitude de Walmir que me fez me libertar: certo dia, Walmir foi dormir lá em casa, como faziamos sempre (não pensem besteira), gostávamos de ficar conversando até amanhecer, mas nesse dia em especial o assunto era mais complexo do que das outras vezes. Walmir me falou que era era gay. Isso mudou tudo! Simplesmente tudo... Isso me deu coragem para contar a ele que eu tbm era gay, afinal, ele não ia me discriminar... Foi como se uma tonalada tivesse saido das minhas costas! Me deu novas perspectivas de vida, de felicidade... Ele me apoiou e eu o apoiei, e assim, juntos, tomamos a iniciativa de contar isso para os nosso outros amigos. A reação não podia ser melhor, todos eles nos aceitaram, nada mudou na minha amizade com nenhum deles, foi menos uma tonelada de cima do meu lombo... Vocês tem ideia do que isso significou pra mim naquele momento? Hoje eu devo minha vida a Walmir, ele se tornou uma das pessoas mais importantes para mim.
Mas não, o problema não acabou aí... Eu ainda não contei para os meus pais, nem para as outras pessoas da minha familia. Essa é uma das coisas que me deixa mais aflito hoje... Não sei se vou ter coragem de contar para eles, mesmo sabendo que eles vão me aceitar. Eles já têm muitos problemas... Foi então que eu decidi fazer o que já cantava o Trovador Solitário: me fazer em mil pedaços para eles juntarem... E eu acho que eles já estão fazendo isso, e estão esperando o meu tempo... Hoje, quando acordei e verifiquei meus e-mails, descobri que minha irmã estava me seguindo no twitter. O twitter e esse blog são as únicas redes sociais em que eu não tenho medo de dizer o que eu sinto, me exponho por completo, propositalmente... Como eu disse, estou me fazendo em mil pedaços, esperando ansiosamente que eles completem esse quebra-cabeça...Se é melhor para mim ou para eles, je ne sais pas. O fato é que essa foi a maneira que eu encontrei de fazer o que devia ser feito. Cansei de ser opaco, quero ser transparente, ser feliz plenamente, me livrar de pelo menos um dos fantasmas que me tiram o sono ainda hoje... Agora é só uma questão de tempo! Me desejem sorte, amigos... Sem vocês isso não seria possível!

Abraços sinceros e verdadeiros... Até o próximo post!

domingo, 14 de novembro de 2010

Padrinho, esse é pra você!

Eu ainda me lembro da primeira vez que falei com o Gui. Foi depois da aula de embrio/histo, na fila da xérox do Biomédico. Eu sempre fui muito introspectivo, porém observador. Observava a maneira como aquele garoto falava com as meninas na fila, tão comunicativo, alegre... Confesso que senti um pouco de inveja (inveja boa, se é que existe), mas a simpatia foi maior. Não sei como entrei na conversa, só sei que acabei me comprometendo a escanear e mandar para o e-mail da turma o programa da disciplina de morfo. E eu fiz? Pior que eu não fiz. E não é que o tal garoto que eu ainda não conhecia bem foi lá me cobrar? kkk, bem a cara dele... :D.
O tempo passou, um comentário sobre a prova de Física alí, uma troca de cumprimentos lá, e depois de poucas semanas já eramos parceiros de buraco nas aulas vagas (e não vagas também), sempre ao lado da nossa linda e doce Ângela. Era o início de uma das amizades mais verdadeiras que tenho até hoje.
Me divertia (e me divirto) muito ao lado do Gui, até hoje me lembro como fomos quase expulsos pela professora por jogar buraco durante a aula de ICF, ou como rimos da Ângela quando ela pensou que ele carregava KY na bolsa, quando na verdade era pomada para espinha... Ele, junto com a Ângela, foram as primeiras pessoas da faculdade a saberem quem era eu de verdade (digo a respeito da minha sexualidade), ele foi um dos primeiros a perceber que eu era muito mais que um garoto estranho gordinho que usava óculos e que tinha um cabelo igual ao da Maria Bethania (kkkkk). Ele sempre me deu força, sempre com aquela palavra de conforto, sempre com a maior sanidade que uma pessoa pode ter, e com toda a insanidade que uma pessoa precisa ter nos momentos mais propícios... Sempre tomando para si o problema dos outros, e resolvendo-os como um especialista o faria e sem receber nada em troca muitas vezes.
Foi ele que sempre lembrou de mim, mesmo eu cometendo tantos vacilos com ele... Ele que me apresentou o mundo, e como eu posso ser feliz nele sendo eu mesmo. Ele que me levou pra Cantareira, pro Cine, pro Carnaval... Que me emprestou 10 reais para eu comprar um maço de cigarro... Que me convenceu de que eu deveria escrever um blog porque eu tinha muito a dizer (e tenho mesmo).
É esse garoto tão especial, tão querido, tão maluco, tão genial, tão sacana, tão insano, que eu quero homenagear com este post.

Gui, eu sei que de um tempos pra cá nós estivemos meio "distantes", mas minha amizade e admiração por você continuam intocadas. Obrigado por ser quem você é e por ser meu amigo! Te adoro cara...

Nossa, esse post ta bem com cara de depoimento do Orkut (kkkkk). Tomara que vocês leiam, nunca usei tanto o coração para escrever um post...

Um abraço a todos, Até o próximo...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Selo, e mais algumas coisas...

Ontem o meu padrinho de blog, o Gui do blog O Ás de Espadas, me fez essa indicação. Bem gente, nem precisa dizer que eu fiquei PUTA emocionado com a indicação dele (não é exagero não, rsrs). Por isso, os devidos agradecimentos eu vou fazer no final desse post.



Agora vem as regras do selo:
1° - Exibi-lo em seu blog com o link de quem indicou a você.
2° - Postar uma imagem acompanhada de um texto de cinco ou seis linhas com o qual você se identifica profundamente e que revelem o que é magia e encantamento em sua vida. O texto pode ser de outra pessoa, desde que seja algo expressivo para você.
3° - Repassar o selo para seis outros blogs mágicos e encantadores.
Confesso que foi bem difíciu escolher uma imagem e um texto que traduzisse o que é magia e encantamento na minha vida. Resolvi colocar um texto e uma imagem que não possuem uma correlação, mas causam o mesmo efeito em mim: me deixam estaziado, com a mente livre, e eu não consigo explicar mais o que sinto... Pra mim, isso é magia e encantamento.
 
 
 
"Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só. Por que esperar se podemos começar tudo de novo agora mesmo. A humanidade é desumana, mas ainda temos chance.  O sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer. Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só. Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem? Tudo é dor, e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor. Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só..."
A imagem é o pôr do sol visto da praia de Itaipuaçu (Maricá) em direção a praia de Itaipu (Niteroi). Uma amiga minha tirou quando fomos visitar um amigo que mora lá. O texto é uma música (Quando o sol bater na janela do teu quarto) da Legião Urbana: Na verdade, magia mesmo seria poder colocar o álbum "As Quatro Estações" todo aquí, mas como eu tenho um limite (que já foi quebrado, rsrs), eu me resumi a colocar uma das melhores mpusicas do disco.
Agora as indicações. Todos aquí sabem que eu sou novato com esse negócio de blog, no entanto eu já tive oportunidade de conhecer blogs magníficos (ou pela inteligencia, ou pela ideologia, ou pela sensibilidade), e gostaria de prestar minha homenagem a eles. Na verdade eu gostaria de indicar bem uns 10 ou mais, mas eu só posso indicar 6 e tbm alguns deles que eu indicaria já possuem o selo (como o Borboleta nos Olhos, Uivos do Além e o próprio O Ás de Espadas). Os meus indicados, portanto, são:
 
 
Bem, ainda tenho que agradecer ao Gui, não só pela indicação, mas pela amizade. Isso merece um post exclusivo, que vou publicar em breve...rs
 
Um abraço a todos e até o próximo
 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Será que eu nasci na época errada?

Essa semana eu tive uma notícia que me deixou muito feliz. Aliás, feliz é pouco, eu estou eufórico, ansioso, animado, e todo tipo de sentimento bom que você possa imaginar. A Notícia?? Uma das minhas bandas favoritas vai vir em tunê ao Brasil em abril do ano que vem: Roxette.

 Marie Fredriksson e Per Gessle - o Roxette
Muitos que tenham a idade próxima da minha (19-20) devem estar pensando "Q diabos de banda é essa?" ou "Caraca, isso é do tempo dos meus pais". Tudo bem, pra quem não conhece, o Roxette é uma dupla sueca que fez muito sucesso entre os anos 80 e 90, tendo musicas executadas em filmes clássicos como "Uma Linda Mulher".
Na verdade, música sempre foi um assunto frustante para mim. Um dos elementos que caracterizam os "grupinhos" ou "tribos" na adolescencia é a música. E eu, especificamente, nunca me interessei por nenhum artista do circuito dos mais populares de determinada época da qual eu fazia parte. Para vocês terem uma ideia, com 13 para 14 anos, a minha maior distração era ouvir Legião Urbana (é, até hoje é, kkk, sou meio fanático por eles), essa banda marcou a minha história, os momentos mais difíceis da minha adolescencia (como o meu processo de sair do armário, por exemplo). Vocês não tem noção do quanto foi frustante pra mim nunca ter ido a um show deles, já que a banda se desfez quando eu tinha 5 anos.

Da esquerda p/ direita: Renato Russo, Renato Rocha, Dado Vila Lobos, Marcelo Bonfá - a Legião Urbana


Depois da Legião, ao invés de eu ouvir Hip-Hop e Funk, como fazia a maioria ds meus coleguinhas, eu passei a ouvir artistas e bandas como "Queen" (anos 70), A-Ha (anos 80), Bread (Anos 60), Elton John (Anos 70), a própria Roxette (anos 80) e finalmente os Beatles (anos 60).


Freddie Mercury: o Incrível vocalista do Queen

Pra mim, a música de uma época reflete o que as pessoas dessa época estão vivendo, principalmente a juventude. Toda vez que ouvia qualquer uma dessas bandas, me vinha um profundo sentimento de vazio, misturado com um pouco de inveja e muita nostagia, uma nostalgia estranha, sem motivo, afinal de contas, eu nunca vivi em nenhuma dessas épocas. E a questão era realmente essa: por que eu não nasci na mesma época que meus pais? Será que eu nasci na época errada? Eu fico triste de pensar na porbreza ideológica e sentimental dos jovens do meu tempo. Eu tenho ideais muito bonitos para ter nascido na época em que eu nasci. Não se consegue mais falar de amor sem se fazer alusão a sexo, não se consegue mais falar de igualdade frente a futilidade das pessoas, não se fala mais de política porque é chato e não ajuda a vender os discos. Hoje em dia, tudo que não é lixo ou mercadoria, é tão vazio que não vale nem a pena ouvir (salvo lindíssimas excessões).
Talvez fosse até meio preconceito da minha parte, mas eu sempre fui intolerante com músicas atuais, pra ser boa, a música tinha que datar de antes de 1996, de preferencia; raras excessões ultrapassavam essa data. Resutado, eu sempre fui um jovem retrô, um jovem de 15-20 com cabeça de 45-50. É, eu encontrei a minha tribo, algumas poucas pessoas da minha idade que curtiam a moda retrô no meio musical, mas eu sempre senti que comigo era mais forte. Talvez todas essas referencias me tornaram um adolescente e, agora um jovem com comportamento retrô, até meio careta  as vezes. E quando eu digo retrô, eu não to dizendo cricri não, tá? Quando eu me refiro a ter uma cabeça retrô, eu estou dizendo que me sinto mais na vibe das pessoas com mais de 30 do que com as pessoas na mesma faixa de idade que eu. Acho as vezes que sou maduro demais para a idade que eu tenho, mais até do que eu desejava.
 O que me consola no meio dessa história toda é que, provavelmente, se eu tivesse nascido na época dos meus pais, eu provavelmente não teria feito faculdade, teria casado e estaria com uns 2 filhos... Ah, e eu seria uma cara muito infeliz também. kkkk. O mais gratificante é que eu não teria conhecido os amigos que eu amo tanto se eu não fosse dessa época. Talvez eu tenha vindo ao mundo para ter essa personalidade excentrica mesmo, e isso faz de mim uma pessoa única.
Como considerações finais eu deixo que, lendo os blogs de vocês, eu fiquei realmente feliz, pois ainda existem pessoas no mundo com coisas interessantes a dizer. Quando digo que a "Juventude de hoje é vazia" eu não estou querendo genralizar, apenas penso que a maioria é vazia. Vocês fazem parte da minoria, e eu aprendo muito com vocês a cada dia. Antes que eu me esqueça, eu adoro a Lady Gaga, das atuais ela é a melhor, pelo menos ela faz sátira de tudo, kkkk.

"O sistema é maus, mas minha turma é legal. Viver é foda, morrer é difíciu. Te ver é uma necessidade. Vamos fazer um filme?" (Legião Urbana - Vamos fazer um filme / 1994)

Um abraço a todos e até o próximo post ;D

domingo, 7 de novembro de 2010

Como se já não bastasse...

Esses dias, pouco depois de publicação do meu ultimo post, a Borboleta comentou (muito fofa), e me indicou o blog da Lola (que aliás, é fantástico também). O post que li era sobre o redeio de gordas promovido por alunos da UNESP. Bem, eu não vou falar sobre isso nesse post, eu só o citei por que foi nele que eu encontrei inspiração para escrever esse post aqui. No início do texto, a Lola comentou uma discussão que conduziu com seus alunos sobre o PLC 122/06. Seus alunos perguntaram sobre sua posição em relação a tal projeto de lei. Eu particurlarmente, achei a resposta dela bastante sensata: ela se posicionou de maneira bastante imparcial, uma vez que ela não havia tido acesso ao projeto ainda e que ela não faz parte do grupo imediatamente contemplado pelo projeto. No entanto, ela considerou que, como nós, homossexuais, considerávamos o projeto tão fundamental, ela tendia a se posicionar a favor do projeto.
Antes de qualquer coisa, eu gostaria de comentar que tal declaração da Lola não poderia ser mais inteligente. Ela demonstrou um bom-senso incrível com isso. Se todas as pessoas que estão fora do grupo de interesse dessa lei se posicionassem da mesma maneira que ela, nossos direitos estariam muito mais próximos de se tornarem reais.
O fato é que esses comentários me incentivaram a vir aqui e mostrar o que eu penso sobre o PLC 122/06, e como o considero importante, não só para os homossexuais, mas para a sociedade em geral.
Quando eu comecei a frequentar os lugares "gays", eu pude perceber que a discriminação é maior do que eu pensava. Nós só temos liberdade de expressar afeto (simplesmente afeto) pelo outro em locais ou fechados e/ou demarcados como gays. O que me fez perceber isso foi quando eu soube que um pedaço da praia de Ipanema (demarcado pela Rua Farme de Amoedo) era reservado para homossexuais.
Praia de Ipanema (Trecho Gay)

O pior de tudo é que tem gay que acha isso bonito, acha legal ter uma parte da praia só para nós. Eu acho isso um absurdo... Em uma sociedade realmente igualitária os homossexuais poderiam se expressar em qualquer lugar que quisessem sem ter que dar satisfação a nimguém. Se a pessoa sente sua moral ferida, ou se sente  incomodada com isso, que vire os olhos, que vá para outro lugar. A ideia é que vivamos em uma sociedade com liberdade plena de expressão, e não é isso que acontce na prática.


Nós vivemos uma espécie de apartheid, só que um apartheid não declarado, implícito. E existem pessoas que ainda tem a cara de pau de dizer que o PLC 122/06 limita a liberdade de expressão... Pra mim, liberdade de expressão legal é diferente de liberdade de calúnia, liberdade de humilhação, liberdade de violência verbal... Se sugerem tal comportamento, então sugerem que o crime de chamar uma pessoa preta de macaco, crioulo ou outro nome pejorativo também vai contra a liberdade de expressão. Só para vocês verem a contradição dos argumentos.
Como se não não bastasse, eles se sentem no direito de invadir nossos lugares e discriminar, humilhar e violentar... É como se vivessemos numa prisão, onde os carcereiros fazem questão de nos dar uma surra todos os dias (lembrei de "O Conde de Monte Cristo" rs). Isso é muito comum, por exemplo, na Cantareira (Niterói).


Praça da Cantareira (Niterói)

Todo mundo que estuda na UFF ou que mora em Niterói sabe que a cantareira é um local bastante gay alternativo. As pessoas já vão pra lá sabendo que vão encontrar um monte de homossexuais se agarrando em atos de afeto. Eu já perdi a conta do número de pessoas que sofreram (ou quase sofreram) violencia física na Cantareira simplesmente por serem gays. Eu não vou nem comentar os casos de violencia física que levam à morte, que acontece muito com adolescentes homossexuais, ou apenas supostamente homossexuais (como o Alexandre Ivo, adoslescente de 14 anos que foi assassinado aqui em São Gonçalo pelo simples fato de estar com amigos gays), ou com travestis na Lapa...
Para mim, o PLC 122/06 não é apenas um capricho nosso. Agente só quer assegurar nosso direito de liberdde de afeto, nosso direito de ir e vir e, acima de tudo, nosso direito à vida. Quem sabe esse não é o primeiro passo para uma sociedade onde nós possamos ser o que realmente somos, sem a necessidade de ter um armário a postos para entrarmos quando a situação aperta.

Um beijo aqui, um abraço lá... No lugar que você quiser !

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Os Gordos Também Amam...

É gente, esse deveria ser o meu primeiro post. Acho que essa é a minha caracteristica fisica que mais interfere no meu comportamento. E isso me atormenta muito.
Sabe, quando eu resolvi aceitar minha realidade sexual, esse parecia o único problema que eu tinha no campo amoroso. Não que eu não ligasse para o fato de ser gordo antes, pelo contrário, isso sempre foi um fantasma para mim. Mas eu acreditava que isso seria um problema pequeno... Eu sempre fui um cara muito romantico, eu sempre gostei dessas histórias de que o amor vence tudo, as aparencias não importam se vc ama alguém, e etc... Mas depois de um tempo, eu vi que as coisas não são tão bonitas assim. As pessoas são muito ligadas na aparencia, na verdade, elas estão mais preocupadas em se parecer com um padrão de beleza do que de serem realmente bonitas do jeito que elas são. E eu tive que enfrentar essa realidade de cara. Eu simplesmente não me sinto seguro em uma festa, ou uma balada, por que sempre acho que nimguém vai se interessar por mim. E isso não é mentira, o preconceito contra as pessoas gordas é muito real, as pessoas fazem questão de falar isso na nossa cara. E o pior de tudo é que isso não passa de preconceito, por que existem muitas pessoas que são gordas e são bonitas, mais bonitas do que muitas pessoas magras. Ser gordo não é sinônimo de ser feio... Eu não me considero uma pessoa feia, pelo contrário, eu sou um homem bonito sim. Só que as pessoas simplesmente se recusam a ver isso, pq antes de ser bonito, eu sou gordo, e isso faz toda a diferença, principalmente entre os gays.
Eu nunca sofri preconcito por ser gay, mas já sofri muito por ser gordo.
Vocês não tem noção do quanto eu já ouvi: "Júlio, só o que falta em vc é emagrecer". Como se ser magro fosse uma condição necessária para ser bonito. Eu simplesmentre me irrito muito com esse tipo de comentário. Eu só queria ser admirado da maneira que eu sou, sem precisar mudar todos os meus hábitos para perder uns 15 ou 20 kg e agradar todos os outros. As vezes eu me pergunto, a pararencia dos gordos fere os seus olhos? Eu, pelo menos, nunca vi nada de feio nisso...
Como eu já comentei no blog de um amigo, eu ainda acredito que um dia nossa beleza possa ser vista além da capa de tecido adiposo...



Um abraço (de Urso) para todos...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dos Evangélicos e Sua Intolerância

Sabe gente, uma das minhas características mais marcantes é a minha posição religiosa. Eu sou ateu, na verdade, eu era católico, mas desde que eu comecei a desenvolver capacidade de criticar e contestar o mundo, e me tornei ateu. Não foi exatamente uma escolha, foi mais um confronto lógico... Simplesmente não cabia Deus dentro de tudo em que eu acreditava. Por esse motivo até, eu smpre fui um ateu bastante tolarante, não sou o tipo de cara que contesta determinada religião sem ter um motivo concreto. Eu acredito, acima de tudo, na liberdade de pensamento, e sempre procuro ver o lado de cada um antes de criticar. 
Outra caracteristica minha é que eu não costumo associar as minhas ascendencias "religiosas" com a minha orientação sexual. Mas, é claro que quando eu resolvi aceitar que eu era homossexual, isso passou a ser no mínimo bem conveniente...
Enfim, todo esse blábláblá foi para explicar uma situação no mínimo constrangedora que aconteceu esse domingo aquí em casa. Hoje houve um almoço de familia aqui em casa, e um tio meu (que por sinal, é evangélico) veio para esse almoço. Começamos a discutir as eleições de hoje, e ele, como todo bom e adestrado evangélico, se posicionou a favor do Serra. Até aí tudo bem, o bafafá começou na hora que ele decidiu elogiar o ato tosco e invasivo louvável do titio Silas de distribuir mensagens ofensivas por aos homossexuais por toda a região metropolitana do Rio (pelo menos até onde eu sei).



Ele comentou que isso era um ato de protesto a esses anormais que querem nos fazer engolir a presença deles como se fosse a coisa mais natural do mundo. Fato, Eu fiquei tudo naquela hora: Indignado, constrangido, impotente... E o pior, eu não podia rebater. Apesar de meus pais serem totalmente liberais com relação a isso, eles ainda não sabem sobre mim, e mesmo se soubessem, acho que contestar o meu tio naquela hora poderia constrange-los ou ate dar margem para que pessoas falassem coisas toscas sobre mim deois. Enfim, eu nem consegui desfarçar a cara de desconforto... E isso me motivou a meter o malho comentar alguns pontos com quais eu não concordo sobre os evangélicos.
Gente, eu já falei no início do post, eu não ouso criticar religião nenhuma sem ter um motivo concreto, o fato é que se estou fazendo isso, é pq eu to muito puto da vida mesmo. Desde a publicação desses outdoores eu me sinto no mínimo ofendido, mesmo se eu não fosse gay eu me sentiria. Isso é um afronta não apenas aos gays, asm à liberdade em si. E eu meu tio querido ainda tem coragem de me dizer que quem está sendo desrespeitado é ele. Se um evangéligo não quer ver dois caras de beijando, que ele vire a cara, ou será que ele tem medo de cair na tentação? Eles sempre acham que são os donos da verdade, que são melhores que todos os outros, o que aliás é uma contradição, já que segundo a doutrina cristã a única entidade capaz de julgar qualquer atitude de uma pessoa é Deus. Será que eles querem ser perfeitos? Se igualar aquilo que eles próprios definem como perfeição? E ainda criticam com esse mesmo argumento os cientistas que tenta, salvar vidas humanas com manipulação genética. Outra contradição feia e que está no centro dessa discussão toda é a relação dessa ideologia tosca com o amor: como alguém pode ir para o inferno por realizar um ato de amor ao próximo (um beijo, por exemplo)? Eles não enchem a boca para dizer que q o Deus deles é o Deus do amor? Que devemos amar ao próximo? Pq eu tenhp q ir para a porra do inforno por amar ao próximo? Isso me deixa confuso e cada vez mais certo de que eu NUNCA vou engolir essas contradições... É simplesmente hipócrita, para mim pelo menos a maioria dos evangélicos é hipócrita (afinal de contas, quem nunca conheceu um evangélico enrustido? Eu conheço um monte, inclusive se vc for no banheiro da Barca Niteroi - Praça XV vc tem grandes chamces de topar com um).
Olha gente, eu não sou a favor de vandalismo, mas eu tenho que louvar um ato que alguns caras realizaram há algumas semanas acerca desses outdoores aquí em São Gonçalo. Eles jogaram tinta em alguns deles. Acho que meu tio não viu isso, mas eu gostaria muito que tivesse visto, para ele entender exatamente o que é um ato de protesto em favor da liberdade. Se alguém vir alguma foto na internet, por favor, me envie para eu postar futuramente... Não consegui nenhuma =/

Bem pessoal, acho que isso foi um desabafo, espero que vocês tenham paciencia para ler...

Um Beijo na Boca (Como um ato de amor ao Próximo)