Procure Edições Antigas

sábado, 31 de dezembro de 2011

Sejamos Felizes!

Como sempre sumido, mas sempre por perto...

2012: O Ano do Retorno... Prometo a mim mesmo, não só a vocês!




Até la, querid@s... Ou melhor, até o próximo post! ;)

domingo, 25 de setembro de 2011

O fim da Ressaca

"Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora e o que vamos fazer?
Quero voar pra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer
Só nos sobrou do amorA falta que ficou"
(Os Anjos - Legião Urbana)



É... Há quanto tempo... 
Acho que até já tinha esquecido de como é legal isso daqui. Também acho que já estou meio destreinado. Foram mais de 3 meses de ausência. E é incrível, como uma pessoa pode mudar tanto em 3 meses...

O fato é que muita coisa mudou de lá pra cá. Esses dias eu estava pensando nisso. O blog chegou no momento certo pra mim. Eu precisava de um meio para me expressar, para desafogar. Curiosamente, os meses que seguiram à  criação do blog foram ainda mais tortuosos, e cada vez mais eu me via ligado a essas letras. 

Durante cerca de 8 meses eu vomitei esse blog, como se estivesse tento uma baita ressaca, daquelas que deixam até com dor de cabeça. Era tudo tão fácil, era como conversar comigo mesmo. Escrevia esporadicamente sem pensar se fazia sentido, se alguém ia ler. Só vomitava ideias, medos, angústias... Até que eu vi que não era bem assim que as coisas funcionavam por aqui...




Apareceram vocês... Sem eu chamar, alguns foram chegando, dando palpites, conselhos... Como aqueles camaradas que sempre estão ali do seu lado na hora da ressaca para te dar um banho de água fria e fazer um café forte. Um retorno inesperado e fundamental. Tá, não é que eu não esperava que outras pessoas fossem ler meu blog. Pessoas fazem blogs para serem lidos. Mas eu não imaginava que eu pudesse criar vínculos com as pessoas que passavam para dar uma espiadinha nas minhas ideias. Sim, vocês são reais... e quando eu me dei conta disso, vocês já faziam parte da minha vida...

Só que a ressaca não dura pra sempre... Uma hora a dor de cabeça passa e você não tem mais vontade de vomitar. Sente aquele alívio, arruma o cabelo, calça o All Star, e vai embora pra casa... Eu fui, pra minha nova casa, pra minha nova realidade. Não, eu não preciso mais disso aqui... Eu não preciso mais disso aqui? Não é mais tão simples como era no início... A Ressaca passou, mas e o camarada que me deu aquela força? Beijinho, beijinho... Tchau, tchau? Não quero que seja assim, apesar de minha ausencia de mais de três meses gritar isso para vocês...

Eu tive bons motivos para estar este tempo fora... Pensei um bilhões de coisas para dividir com vocês. Agora é tudo diferente, passada a ressaca. Eu não preciso mais da sua ajuda, mas gosto da sua companhia. Somos amigos, não somos? Eu também gosto de dividir os momentos legais, de falar as novidades. A vida tá tranquila agora, estou feliz, experimentando coisas novas, vivendo experiências novas. Agora eu posso dizer que nem o Melo sempre diz: isso não é obrigação, é puramente prazer.

Bem, como eu disse... tive bons motivos para não estar aqui. Tem assunto para mais de um mês de post... rs. Acho que estou voltando... Aos poucos, mas estou voltando. Espero que vocês ainda queiram me aturar... hehe. Ah, só pra saber, o que vocês acharam do novo visual do blog? Gostaram? Agora o Foxx não pode reclamar que as imagens entram em contradição com a proposta do blog... rs

"Hoje não dá
Hoje não dá
Está um dia tão bonito lá fora
E eu quero brincar

Mas hoje não dá
Hoje não dá
Vou consertar a minha asa quebrada
E descansar"
(Os Anjos - Legião Urbana)



Grande Abraço a todos, amigos...
Até o próximo post


domingo, 5 de junho de 2011

O Mundo anda tão complicado...

"A violência é tão fascinante
E nossas vidas são tão normais
E você passa de noite e sempre vê
Apartamentos acesos
Tudo parece ser tão real
Mas você viu esse filme também
"
(Baader-meinhof Blues - Lergião Urbana)

E eu que achava que as coisas tendiam a melhorar. Eu que achava que as coisas tendiam a caminhar para frente. Que a era das práticas tradicionalistas, preconceituosas, atrazadas, retrógadas e, ouso dizer, desumanas estavam com os dias contados. Que os tempos estavam mudando, que o ódio residia no coração de poucos, que determinadas instituições (nem preciso citar que isntituições) finalmente estavam vendo quanta contradição existe entre aquilo que elas pregam e aquilo que elas praticam. Que fanatismo era apenas a insensatez de alguns loucos. Que as pessoas paravam para pensar e refletir sobre aquilo que elas ouviam dos outros e não engoliam verdades prontas assim do nada... Pelo que tenho visto nos ultimos dias, tudo isso que eu pensava era apenas uma grande ilusão.

Eu não sei se eu sou o único, mas eu vejo uma contradição extrema em os cristãos serem contra o PL122. Por um lado, eles forçam uma barra vivem tentando arrumar "argumentos" baseados na Bíblia para legitimar a homossexualidade como algo tão criminoso quanto tirar a vida de um ser humano. Por outro lado, pensem comigo, não seria contradição uma "ideologia" cujo principal sustentáculo deveria ser é o "amor ao próximo" incentivar a prática do ódio em todos as suas facetas (desde a humilhação e constrangimento até a violencia física e assassinato)? Como que podemos explicar isso, ir de encontro à própria base, para preservar as frágeis periferias (que, diga-se de passagem, são totalmente passíveis de reinterpretação)? Só existe uma explicação para isso: os atuais cristãos não estão preocupados em "ir para o céu" ou "fazer a vontade do Nossso Senhor Jesus Cristo". A questão central de todo esse caos que tem se instaurado nesse País só possui uma finalidase, clara e precisa: sustentar os  velhos preconceitos que nos assombram desde sempre.


Marcha em Brasília reune cerca de 80 mil soldados do exército de Deus para salvar a alma de pecadores profanos, evitando a criminalização da homobia: “Em Favor da Paz, Contra a PLC 122, Em favor da destruição da Família e Liberdade  de violentar, assassinar e humilher homossexuais Expressão.”

Há quem diga que houve melhoras. Eu sou muito jovem, não tenho como ter a noção do quanto a situação mudou de lá pra cá. De fato, deve ter mudado bastante. Mas, como que em resposta à todo o progresso que obtivemos até hoje (o turismo é um ótimo negócio, não acham?), parece que uma onda de resistência dos "cavaleiros do Senhor" ou "exército de Deus" tem tomado uma forma tão aterrorizante quanto a do tsunami que devastou o japão no inicio do ano, e me parece que esse tsunami já chegou à Brasília. Não vou discutir nada a respeito da reitrada dos kits antihomofobia aprovados pelo MEC, essa é uma questão meio complicada pra mim. Mas o medo é que essa onda destrua definitivamente as nossas ultimas esperanças de ter acesso ao direito universal de ir e vir, que destrua nossas possibilidades de poder, no futuro, sair na rua e pegar um taxi sem medo de ser agredido pelo taxista por estar aompanhado de um companheiro do mesmo sexo. Seria pedir muito? Poder sair na rua sem medo de represálias gratuitas? 


Eliza Schinner, musicista e publicitária. Foi a agredida na madrugada do dia 8 de maio por um taxista pelo simples fato de ter beijado sua namorada no banco de trás do táxi. Ela perdeu cerca de 70% da audição devido a agreção. Imagem deste site: http://oblogentrenos.blogspot.com

 


"Essa justiça desafinada
É tão humana e tão errada
Nós assistimos televisão também
Qual é a diferença?
"
(Baader-meinhof Blues - Lergião Urbana)


Obrigado, Governador Sérgio Cabral, por pensar no dinheiro que os turistas vão trazer ao Rio na gente



















E como pode, além de tudo, isso tudo ainda ter o apoio do governo federal. Que eu saiba, por mais que uma decisão não seja vontade da maioria, basta que ela defenda os direitos de uma "minoria" para ser legítima em uma democracia. Mas então, a gente vive numa democracia, né? Eu fui obrigado a votar votei no ano passado, eleição assim só tem em democracia, né? A pessoa vota, ou serve ao exército, por livre e espontânea pressão vontade, né? E onde estão os nosso direitos mínimos? Cadê a NOSSA liberdade de espressão e afeto, cadê a NOSSA liberdade de ir e vir? É... Pelo visto a democracia brasileira, é um pouquinho diferente daquilo que aprendemos nas aulas de Sociologia, Geografia, História e Filosofia que tivemos na escola. Pois então, viva a teocracia democracia Brasileira, um exemplo de democracia, segundo o ilustrissimo presidente do mundo dos EUA, Barack Obama... Pelo menos estamos subvivos até hoje, não é verdade?

É isso aí, amigos. Desculpem o meu desabafo. Mas é que a cada dia que passa, eu fico mais decepcionado com a incapacidade que certos seres humanos tem de lidar com a mudança, e com o talento que os mesmos tem para se meter no problema (ou na "solução") dos outros. O PL122 não tem nada a ver com os ditos "cristãos", não interfere em nada na vida deles. Eles vão poder continuar falando mal da gente nas igrejas, não limita a liberdade de expressão de ninguém. A única coisa que o PL122 vai fazer é evitar certos abusos que ainda existem. Não acredito que seja a solução para a homofobia. Gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais vão contunar morrendo independente da aprovação da lei, isso não tem como evitar. Mas e daqui pra frente? E os gays que acabaram de nascer, ou que estão por vir? Podemos (devemos) pensar em construir uma cultura menos opressora para eles, não é? Podemos garantir que eles não sejam convidados a se retirarem de um Café pelo simples fato de terem se beijado lá dentro, não é?


"Já estou cheio de me sentir vazio
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
Afinal, amar o próximo é tão demodé.
"
(Baader-meinhof Blues - Lergião Urbana)

Bem, gente... Acho que isso é tudo!
Que Deus os abençoe (e não o padre, ou o pastor)!

Até o próximo!

PS: Eu continuo sendo ateu, essa bênção era pra ser uma ironia... Acho que não ficou muito claro, sou péssimo com ironias... hahah

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Ressaca dos 20 anos





"Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo.
De amargo, então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve,
Forte, cego e tenso, fez saber
Que ainda era muito e muito pouco
.
"

(Daniel na Cova dos Leões - Legião Urbana)






Fatídico Sábado, 21 de maio de 2011. Um dia para se lembrar e para se esquecer. Se lembrar pelas coisas boas, ótimas, que aconteceram: reencontros, bons papos, novas amizades. Se lembrar pelas coisas terríveis, para que não se repitam novamente. Se esquecer pela vergonha, pelas horas de angústia, pela quase... Esse quase é um limiar tão perigoso. Não se brinca com um quase assim, sem motivos... A menos que você tenha 20 anos...

Fato, quando a gente bebe, achando que sabe beber, sempre existe o risco de passar da conta. E quando ficar bêbado tem objetivos além de desinibir, "animar", o risco aumenta, e muito. Eis que me surge uma garrafa de vodka, outra de coca-cola, um copo. Que bom que tinha vodka... A mistura descia pela minha garganta com mais facilidade a cada gole: quente, amarga, tóxica... O papo ajudava, as pessoas me distraíam.

1 copo, 2 copos... Daí eu já estava tão despreocupado que até reparava na arquiteura maravilhosa do Vivo Rio. Queria estar sóbrio. Agora já é tarde, né? Mais um gole e começamos a pensar naquilo que não devemos. Evito uma lágrima com mais um gole, e depois mais um copo... E por aí foi... Quando dei por mim já tinha errado a letra de uma música do Djavan que eu sabia de cor desde de criança. Até aí tudo bem, até eu perceber que não me dava conta de mais nada...



Eu não sei como, mas as coisas sumiram da minha memória de uma maneira tão estranha pra mim... Naquele momento eu era só mais um bêbado desnorteado, longe de casa, sem noção de tempo e espaço, sem noção... Minha sorte é que eu tinha um anjo do meu lado, um amigo, que já tá sendo promovido a irmão a essa altura, que me tirou daquela esrascada sem tamanho em que eu tinha me metido.

"Depois de beber mais de meia garrafa de vodka com refrigerante na entrada do Vivo Rio, eu caí no chão, e não lembro mais de nada daí pra frente. O Gui me disse que eu consegui me levantar, tratei ele com uma agressividade desmerecida até perder a consciencia de vez. Com a ajuda de um brigadista ele me levou até a enfermaria do local, onde, após tomar 3 bolsas de soro glicosado, eu permaneci desacordado, sem condições sequer de permanecer sentado.

Até o final da noite eu recobrei parte da consciência, o que me permitiu levantar e ir embora, com a ajuda do Gui. As únicas coisas que eu me lembro após cair na entrada do Vivo Rio são alguns flashs: um homem de jaleco branco na minha frente, eu descendo rápido uma passarela no centro do Rio, saída das barcas de Niteroi, ponto final do ônibus perto de casa. Nunca tinha passado por isso antes, já passei mal antes sim, mas nunca a ponto de quase ter um coma alcoólico. Se não fosse o Gui, eu não sei o que poderia ter acontecido."

Tenho tanta vergonha disso tudo. Não costumo agir de maneira tão irresponsável. Fui inconsequente, não pensei nos outros, muito menos em mim mesmo. Dizem que isso pode acontecer com qualquer um, mas eu sinto que poderia ter evitado. Enfim, agora que já passou, não adianta mais se lamentar. O que adianta é não repetir o erro, pois eu posso não ter a mesma sorte da segunda vez.


"Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque não vemos
."

(Daniel na Cova dos Leões - Legião Urbana)






Bem, Galera... Só queria dizer que a parte boa da noite foi o MEDDIETOPEBCS. Adorei conhecer todos os que estiveram lá! Temos que fazer isso mais vezes! xD.

Vou tentar tomar mais cuidado da próxima vez!


Um beijo a todos... Até o próximo!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

(des)Ilusão do Amor - Le Blanc de Neige

"Nada além
Nada além de uma ilusão
Veja bem
É demais para o meu coração
Acreditando em tudo que o amor
Mentindo sempre diz
Eu vou vivendo assim feliz
Na ilusão de ser feliz
"
(Nada Além Orlando Silva)

De vez em quando, eu ouso tocar em palavras que eu nem conheço a origem. Ideias, que muitas vezes eu nem sequer experimentei por completo. Conclusões precipitadas, calorosas, intensas, exageradas. A ideia é essa, ousar desafiar o desconhecido, para que assim seja possivel refletir o conhecer melhor. Há quem diga que isso é realmente perigoso, mas eu não estou em condições de avaliar o risco agora...

O amor é uma coisa realmente difíciu de definir, dificiu de identificar, em nós mesmos e nos outros. Muitos se questionam se realmente existe. Disso eu não tenho dúvida, o amor existe. Eu amo minha mãe, meu pai, minha irmã e sobrinha, os amigos... Mas e aquele amor, aquele sem comrpomisso, aquela magia, os sininhos, o tesão, as histórias de novelas e comédias românticas, dos contos de fadas... Aquilo existe? Mesmo aquele amor ultraromântico, o "mau do século", aquela coisa sublime e inalcansável, aquilo que nos faz sofrer e ainda assim nos vicia. Aquilo realmente existe?  Não, essas ideias são muito certas para serem reais. Por mais ingênua que a pessoa seja, ela sabe que esse é o tipo de sentimento que só existe na nossa cabeça.

Na verdade, esse é o ponto: a nossa cabeça. Nela é tudo perfeito, é tudo possível. Ela torna nossa vida mais doce, molda os fatos a seu jeito, nos ilude. E é tão bom se levar pela ilusão de que tudo pode ser perfeito, por mais que tenhamos certeza de que não pode. Nunca quis nada além disso, algo que suprisse minha imaginação, minhas ilusões, pelo menos a partir de certo ponto em que isso se tornasse possível. Esse é o meu ideal de amor, uma grande ilusão. A morfina que nos cura do tédio, da rotina massacrante. O tal veneno antimonotonia, "a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida".


Blanc de Neige


Como eu disse, esse é o meu ideal de amor. Ideal, meu. Não posso exigir que os outros pensem como eu, não posso esperar atitudes para comigo visando esse ideal de amor. Não posso nem esperar que todos acreditem no amor, de qualquer forma que ele possa se apresentar. Minha cabeça pode até projetar isso, mas na prática (fudeu), as coisas são bem diferentes. As pessoas complicam, descomplicam. Cada um tem a sua cabeça, e isso é tão maravilhoso que chega até a nos complicar a vida

Como fazer duas cabeças terem a mesma ilusão do amor? Como entrar em sintonia? Eu, sinceramente, não sei. Não ouso dizer que seja impossível, mas acredito que leva uma vida inteira, ás vezes nem isso. E o que são meus 5 anos 20 anos diante de uma vida inteira? É, hoje eu me senti tão ingênuo quanto uma criança de 5 anos... Enquanto isso, só me resta provar do meu próprio ópio: cru, impuro, cheio de efeitos adversos. Como a branca de neve que morde uma maça invenenada na ânsia de do sabor de fruta mordida. Le Blanc de Neige...

"Se o amor
Só nos causa sofrimento e dor
É melhor, bem melhor
A ilusão do amor
Eu não quero e nem peço
Para o meu coração
Nada além
De uma linda ilusão..."
(Nada Além Orlando Silva)



Bom gente, por hoje é só! :D
Já fez um bem danado escrever isso aqui, já posso até dormir agora... :)
Agora é com vocês! rs
Um beijo e um abraço em cada um de vocês! Até o próximo

terça-feira, 17 de maio de 2011

Desses 20 anos...

"Eu tenho um coração
Eu tenho ideais
Eu gosto de cinema
E de coisas naturais
E penso sempre em sexo, oh yeah!"
(Aloha - Legião Urbana)



20 anos... Eles chegaram com tudo, e eu nem senti. Mesmo que muitos digam que eu aparento 18, ou que eu sou tão ingênuo, inseguro bobo que pareço ter 18, o que vale é o que está ali, na identidade (será?). Todos aqueles números, parecem ter tanto significado para algumas pessoas. Pra mim são apenas números impressos em papel moeda. É o que eu sempre digo aos que se impressionam com a minha pouca(?) idade: A idade é apenas um número

Sendo assim, qual é a graça de se fazer 20 anos? Ganhar respeito, ou algo que me lembre respeito? Pra mim isso não faz diferença. Eu não mudei da água provinho nessas útlimas 24 horas só porque iria fazer 20 anos. Qual o significado disso? Porque todos fazem tanta questão de lembrar dos seus 20 anos? É, não tem como negar... 20 é um número cheio de significado. E o significado mais expressivo que esse número tem pra mim agora é Juventude

Eu me sinto Jovem... Com uma vida inteira pela frente, cheio de planos, de desafios. Com muitas reponsabilidades, mas também sem medo de errar e fazer de novo (tem tempo, né verdade?). E esse gosto, gente, gosto de liberdade sem medo, é um gosto muito bom, melhor do que chocolate com cereja. Esse dia de hoje, pra mim, por mais que na prática não tenha muita relevância, é de um significado simbólico muito grande. Marca a primeira mordida no meu bombom de cereja, da minha liberdade doce e amarga, da melhor fase da minha vida.

É interessante como tudo na vida tem um momento certo pra acontecer. Há poucos posts atrás eu comentei como minha vida tem se modificado de uns 4 ou 5 meses até agora. Tudo isso me assustou de início, mas tudo que é novo causa um certo temor. Agora acho que tenho mais condições de interpretar todas essas mudanças acontecendo ao mesmo tempo: é o sabor  do bombom de licor de cereja, e eu estou pronto para me deliciar sem culpa. Sem medo do sabor amargo, afinal de contas o amargo do chocolate está alí para nos lembrar o quanto o chocolate pode ser doce. Sem freios para sentir o doce constante e suave da cereja, aquele doce que fica no hálito, depois na mamória, nostalgia... É assim que eu quero meus 20 anos, de um sabor tão doce que possa ser lembrado, misturado a um sabor tão amargo que não me faça esquecer que, mesmo nos momentos mais amargos, a vida nunca deixa de ser doce.

E as pressões, as cobranças, as dúvidas, as inseguranças... Elas persistem, e se intensificam, e se renovam. É a força motriz que nos faz seguir, que nos motiva. Nada se move sozinho, essa á a parte amarga do chocolate. Mas quem disse que tem que ser ruim? Eu não tenho tempo a perder, mas tenho todo tempo do mundo. Não existe tempo perdido nessa vida, só existe o tempo. Esse sim tem que ser usado enquanto ele parece não ter mais fim. Que venham, se renovem e persistam as pressões, cobranças, dúvidas e inseguranças, elas tornam o caminho mais interessante, mais rico...

É isso aí gente... A vida é agora, e eu estou doido para viver mais, cada vez mais, mais intensamente... Uma caixa inteira de bombons de chocolate amargo com licor de cereja. Fazer jus a meu nome, Júlio. Não sei se vocês sabem, mas Júlio significa "cheio de juventude". Bem oportuno, não acham? hahah. Pois então, hoje é meu dia de Júlio, meus 20 anos... E estou feliz de poder partilhar isso com vocês! :D

"E meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar
E mentir, mentir, mentir
E matar, matar, matar
O que eu tenho de melhor: minha esperança
Que se faça o sacrifício
Que cresçam logo as crianças."
(Aloha - Legião Urbana)



Saudades de todos! Prometo que quando tiver uma trégua da faculdade eu volto a ler todos vocês. Prometo isso mais por mim do que por vocês mesmo... rs

Um grande abraço vigoroso, doce e amargo! Até o próximo post

PS1: Eu não desisti do blog, jamais! Aliás, esse tempo distante de tudo, principalmente de ler vocês, amigos, têm me deixado até estressado. Ontem eu tive uma crise de stress voltando pra casa, desde que comecei a ler blogs e a escrever aqui isso não acontecia comigo. Mas tudo isso tem um objetivo claro e bem definido: eu quero me formar, um dia... E quando eu me formar, eu não quero ser um farmacêutico tosco que não sabe nem diferenciar vírus de virion (oops, acho que muitos não vão entender essa, só o Gui talvez, e o Lobo, eu imagino... hahah). Pra isso eu tive que abdicar desses momentos de lazer que tenho no blogger e meter a cara nos estudos. De qualquer jeito, a saudadede vocês é grande, de verdade!

PS2: Ah, antes que eu me esqueça. Como foi muito bem lembrado pelo Lobo, e agora eu reforço, dia 21 vai ter MEDDIETOPEBCS (essa sigla é tudo, haha)... Informações, vide Uivos do Além (hahaha). Vai ser Supimpa... ;)

sábado, 23 de abril de 2011

Especial

"Sempre precisei
De um pouco de atenção

Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
Nesses dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos
"


(Teatro dos Vampiros - Legião Urbana)




Eu sempre fui assim, meio carente. E não digo isso do ponto de vista sexual, sabe? Eu sou carente de atenção. E, curiosamente, eu sempre fui muito fechado. Talvez pelo fato de as pessoas se interessarem tão pouco pelos meus problemas, eu criei um espécie de trava para compartilha-los. E olha, de fato, essa minha caracteristica sempre passou despercebida pelas pessoas que me cercam.

O Fato é que eu sempre quis ser especial, sabe? Não digo especial do tipo uma celebridade, que todos amam, tem a atenção de todos. Eu queria a atenção de uma pessoa, só uma. Sabe aquela sensação de que você é sempre o coadjuvante na vida das pessoas? De que você passaria despercebido? De que você não faria nenhuma falta, pois é apenas um acessório? E um acessório bem apagadinho, diga-se de passagem. 

As pessoas nunca me notaram muito, a minhavida toda. Não, eu nunca me importei com isso. Convivo com isso há tanto tempo que aprendi a lidar. Mesmo assim, de alguma forma, eu sempre me vejo procurando uma maneira quase que inconscientemente de chamar a atenção dos outros, seja deixando os cabelos compridos, seja me sobressaindo em provas de vestibular. Mas essas coisas não adiantam muito, sabe? Vc chama atenção por um tempo, mas é tudo tão surperficial. As superfícies são tão frágeis, se degradam e são substituidas por outras novas. Mas nada efetivo. De modo que eu nunca me senti plenamente especial na vida de ninguém.

É claro, todo esse blablabla até aqui não importa de nada... Vocês sabem muito bem que eu não me importo com a sociedade, aliás eu acabei de falar que aprendi a lidar com isso ao longo do tempo. Não me importo mesmo se a sociedade está me notando ou não. Vocês sabem onde eu quero chegar com essa história toda: ser especial para alguém. Eu sempre fui um romântico, daqueles mais bregas, de escutar canções de amor, de ler histórias de amor, de gostar da novela das 21h. E, mesmo percebendo o quanto aquele amor foge a realidade, eu sempre quis ter algo parecido com aquilo: algo recíproco, intenso... Aquilo de ficar pensando na pessoa amada, e de a pessoa amada também ficar pensando em você... Eu sempre sonhei com isso, não só com o conteúdo, mas principalmente com a reciprocidade.

Sempre fiz questão de demonstrar quando gosto de alguém, ou o quanto a companhia da pessoa me faz bem, o quanto eu valorizo a amizade de alguém. Não me lembro de ter recebido muita coisa em troca... Teoricamente eu nem deveria esperar nada em troca, e realmente, do ponto de vista da amizade, eu nunca esperei mesmo, sempre fui feliz em ser bom com meus amigos, isso sempre me fez bem, independentemente de eu receber algum tipo de ação recpiroca ou não. Mas acho que quando se trata de amor, essa coisa de esperar é meio que involuntária... E a reciprocidade? Eu sei, sou egoista, egocentrico... Penso em mim, só em mim, e tudo que eu faço para os outros é esperando um retorno para mim. Pode me chamar de Mr. Ego agora. Como é que pode o fato de eu querer reciprocidade ter se tornado em um pecado tão grande?

Eis uma coisa que eu sei que não posso exigir... Reciprocidade. Não devo exigir? Por que, é pedir demais? Não seria o mínimo? Essas coisas me deixam confuso, me desnorteiam... Como agir sem ter certeza? Por que o ser humano gosta tanto das entrelinhas? Tem cursinho de entrelinhas? Poderia fazer depois que eu terminar o inglês.... Por que as coisas não podem ser mais diretas? Teria a mesma graça se não fosse? E essa porra de amor, pra que que serve? Só para torrar nossa paciencia, e nosso cérebro tentando ler as tais entrelinhas... Eu só queria um pouco de atenção, atenção espontânia... Ser lembrado por alguém, fazer a diferença para alguém, dar tesão em alguém, não sair da cabeça de alguém... Nossa, que mistura, quantas exigencias... Essa pessoa existe? Será que existe? Eu quero, mas nunca vou ter certeza... Nunca, a palavra proibida!

Talvez eu tenha certeza de sua existência sim, assim que encontrá-lo e olha-lo nos olhos e dizer-lhe a verdade... nas entrelinhas, é claro. Sem elas não é a mesma coisa, não tem graça, né? Ah, a esperança da certeza nos olhos dele... E se não tiver certeza já não mais importa, porque eu estarei em seus olhos. O problema reside no seguinte: Será que vou encontrá-lo (de novo) (logo)? Essa é a pior das icertezas...


"Vamos lá tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar



Quando me vi tendo de viver
Comigo apenas e com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo e não consegui dormir"

(Teatro dos Vampiros - Legião Urbana)

Perguntas, respostas, mais perguntas... Vocês já devem estar cansados desse texo nem um pouco fluido e demasiado confuso. Eis-me aqui, não é verdade? Um cara confuso, acima de tudo... Pelo menos deu para espantar uns fantasmas e demônios que estavam presos aqui dentro... rs
Um beijo a todos... Até o próximo



domingo, 17 de abril de 2011

Os Arcos

"E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem.
Só aparaceço, por assim dizer, 
Quando convém aparecer 
Ou quando quero"

(Giz - Legião Urbana)

Um dos melhores efeitos de escrever aqui é esvaziar a cabeça. Não porque eu não goste dos pensamentos, pelo contrário. Mas é que eles me deixam ansioso, tiram minha concentração. Eu poderia viver assim, feito um bobo (bobão rs), pelo resto da minha vida, sem ter outra coisa na minha mente a não ser esses pensamentos. Mas eu não posso me dar ao luxo, pelo menos até o final do período... rsrs

E minha cabeça está cheia hoje: música, perfume, beijo(s), flashs... ele. Eu posso até escrever aqui, mas ele não vai sair da minha cabeça tão cedo. Tem um lugar aqui guardado só pra ele.

E então, eis que, depois de muito tempo, eu o vejo de novo. Eu sabia que nos encontrariamos, mas a ansiedade sempre nos deixa desconfiado. E não, eu não consegui esconder a ansiedade. Mas ele veio, ao pé dos arcos eu pude vê-lo chegando. E agora era a vez de não esconder o sorriso. É incrível como só a presença dele me faz tão bem. Mas também é incrível o esforço que eu tenho que fazer para não ficar o tempo todo grudado nele. 



E o beijo, o tão esperado beijo... Saudoso beijo. Alí, ao pé dos arcos, naquele lugar tão cheio, ele conseguiu fazer todas as pessoas sumirem juntas, por um instante... o instante de um beijo. Vários instantes... Que para mim ainda foram poucos...

Depois do beijo, a vontade. A vontade calada, hesitante. Não sei se por medo, receio, ou mesmo cautela, só ficou a vontade. A vida continua, e teremos outras chances, muitas outras, ou pelo menos eu espero que tenhamos. E depois, só de estar ao lado dele alí, ao pé dos arcos, já valeu minha noite, minha semana, meu mês inteiro.
Me diz, por que eu sou tão bobo? Essa história já estaria resolvida há muito tempo. Mas eu não queria arriscar naquela hora, talvez na próxima. Eu só queria estar ao lado dele, e ainda quero estar... Na verdade, eu quero ele só pra mim. É pedir muito? Talvez seja, mas eu quero! Fazer o que? 

Eu estou disposto a tudo, a ser um bobo, a ser um chato, a parar de roer as unhas (até a parar de roer as unhas)... só para tê-lo ao meu lado por mais uma noite ao pé dos arcos, ou uma sessão de cinema (teatro?), duas ou três horas em um local mais reservado (eu nunca disse que era um santo), o resto da vida, se for possível. Não me chamem de exagerado, porque é o que eu sou mesmo, fazer o que?

Certeza, nós nunca temos. Se tivéssemos seria fácil. O jeito é deixar o tempo fazer o seu trabalho, mas quem disse que a ansiedade deixa? Mas eu vou me esforçar... Enquanto isso eu escrevo, porque a vida tem que continuar, e eu não quero atrapalhar o tempo...

"Lá vem, lá vem, lá vem  de novo...
Acho que estou gostando de alguém...
E é de ti, que não me esquecerei.
Mas tudo bem."

(Giz - Legião Urbana)




Um abraço a todos! Até o próximo...

sábado, 9 de abril de 2011

Polêmico Sangue

"É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.
"

(Metal Contra as Núvens - Legião Urbana)





Semana passada, na sexta, houve aqui na faculdade uma campanha de doação de sangue chamada Universitário Sangue Bom... O objetivo seria trazer um grande número de estudantes da universidade para uma doação em massa. O Gui já falou sobre isso no blog dele até, taí o link...

Eu sou uma pessoa que sempre gostou de ajudar as pessoas. Não para aliviar a minha consciência ou para me "sentir útil", mas por simples prazer de ajudar a quem precisa. Por isso, desde que eu era pequeno, eu sempre quis doar sangue... Eu vejo o ato como uma maneira prática de ajudar quem está precisando muito daquilo. Já fazia um tempo que eu não doava sangue, mais ou menos um ano, pois em abril do ano passado eu tive dengue, e quem tem esse tipo de doença tem que esperar um bom tempo para poder doar de novo...

A campanha caiu como uma luva pra mim. Eu queria doar sangue, e não precisava interromper minha rotina acadêmica para isso. Por isso, assim que tive um tempinho, logo de manhã, eu fui ao Instituto Biomédico para  realizar a minha boa ação do dia.

Esses procedimentos de doação são muito burocráticos, e com razão. A "qualidade" do sangue deve ser assegurada, afinal de contas, o objetivo é salvar uma vida com aquele sangue, e não fazer a pessoa ficar mais doente. Tudo bem, vamos lá responder questionário, CPF, endereço, bla bla bla... A última etapa era a triagem: uma espécie de entrevista baseada nos dados respondidos no questionário.

Eu, claro, respondi o questionário da maneira mais sincera possível, se é que me entendem. Tá, haviam perguntas que eu sabia exatamente porque estavam lá (já teve relações sexuais com pessoas do mesmo sexo? Teve mais de um parceiro sexual do mesmo sexo nos últimos 6 meses?), mas eu não acreditava que aquela triagem fosse ser tão discriminatória rigorosa a esse ponto:

Entrevistadora: Deixe-me ver aqui... Humm... Você já fez sexo com outros meninos, certo?
Eu: Sim... Eu sou homossexual...
Entrevistadora: Então você só faz sexo com meninos? Ou meninas também?
Eu: Não não, só meninos...
Entrevistadora: Aqui diz que você teve dois parceiros distintos nos últimos meses, certo?
Eu: Foi isso mesmo...
Entrevistadora: E quando foi a ultima vez que você teve relações com meninos?
Eu: Humm... Tem mais ou menos 2 me...
Entrevistadora: Desculpe, você não vai poder doar sangue...
Eu: Ué... Mas por que não?
Entrevistadora: Existe uma norma da ANVISA que não permite que você doe sangue...
Eu (confuso): Norma da ANVISA?!
Entrevistadora: Mas não se preocupe, eu vou imprimir um comprovante certificando que você esteve aqui, mas não pode doar sangue. Com ele você poderá abonar uma falta, caso tenha tido que faltar alguma aula para estar aqui...

Nem precisa dizer que eu saí perplexo daquele lugar. Me senti sujo naquela hora, um lixo. Eu nunca passei por uma situação de discriminação antes, nem de leve. O máximo que já aconteceu foi eu tomar as dores de um grupo de discriminados, ou até mesmo de uma pessoa. Mas diretamente, eu nunca fui discriminado por causa da minha sexualidade. Foi muito impactante na hora, e eu fiquei com aquilo na cabeça o dia todo. E pra mim, como estudante da área da saúde, foi uma espécie de desencanto. Como que pode a nossa vigilância sanitária ainda usar esses critérios retrógrados para garantir a "qualidade" do sangue? É mesmo preciso discriminar pessoas e perder litros de sangue saudável só para continuar com os mesmos critérios e com os mesmos preconceitos?

É claro, eu não vou dizer que não existe promiscuidade entre os homossexuais... Mas existem outros fatores que influenciam e muito nisso! Primeiro, o que que tem de errado em ser promíscuo? Hoje em dia, a pessoa não se infecta por HIV por ser promiscua, ela se infecta por que quer... Existem inumeros mecanismos que podemos lançar mão para garantir a nossa saúde, mesmo fazendo sexo com a torcida do flamengo inteira... Portanto, a não ser que o cara seja muito burro, ou que ele tenha uma forte ascendencia ao suicídio, o cara vai saber se proteger e garantir a "qualidade do seu sangue", assim como eu sempre fiz.



E depois, impedir os gays de doarem sangue é, alem de nos tacharem de burros e ignorantes, dizer que todos somos promíscuos. Como isso pode ser verdade em um grupo tão heterogêneo quanto o dos homossexuais? É como dizer que toda loira é burra, ou que nenhum negro é capaz de passar para uma universidade pública nas condições normais de concorrencia (outro dia eu falo sobre cotas, hahah) , ou seja, é DISCRIMINAÇÃO...

Foi assim que eu me senti naquele dia, discriminado. Pior, me senti impotente, e isso ficou ainda mais forte essa semana. Quem acompanha o noticiário já soube do "Massacre de Columbine" brasileiro, que ocorreu ontem em Realengo (Rio de Janeiro). Foi uma tragédia nunca antes vista por aqui, dezenas de crianças feridas, 11 mortas... A maioria com ferimentos graves, na cabeça ou no abdômen... Esse é o momento em que o Hemorio mais está precisando do nosso sangue, e eu não  posso doar porque eu sou homossexual. Nunca usei drogas injetáveis, ainda não fiz tatuagem, não coloquei piercing, a ultima doença infecciosa que tive foi há mais de um ano... Tenho todos os requisitos de um doador ideal, só não posso doar porque tenho relações com pessoas do mesmo sexo...



Logo depois de deixar o Biomédico, eu fui pra casa do Gui, e contei o que havia acontecido... Ele ainda questionou: Por que você não mentiu? Não poderia mentir, por n motivos. Claro, eu não condeno e nem desaprovo a pessoa mentir sobre a sexualidade em um momento como esse. É uma questão muito delicada, envolve vidas,  em ambos os lados.

Eu fiz a minha escolha... Eu optei pelo resultado a longo prazo. Claro que eu adoraria ajudar uma pessoa com o meu próprio sangue, mas diante de uma situação como essa, é preciso pensar sobre quais atos você prioriza naquele momento. Eu me recuso a mentir sobre a minha sexualidade em consideração a mim, a todos os que sofreram tanto e por muitos anos tiveram que mentir sobre a sexualidade para ter uma sobrevida, e principalmente, aqueles que ainda estão por vir, para que eles não precisem ser vítimas dessa sociedade preconceituosa em que vivemos.

Eu sei que não vou mudar o mundo com isso, sei que uma vida pode ser perdida pelo simples fato de eu não ter mentido naquele questionário... Mas não é justo comigo, nem com todas essas pessoas que falei. Eu estou em um momento da minha vida em que mentir ou até mesmo omitir minha sexualidade está simplesmente fora de cogitação. Eu sofri muito para chegar onde eu estou agora, eu preciso dessa fase de autoafirmação da sexualidade, eu tenho esse direito. E os outros precisam que mais pessoas como eu contextem essas normas discriminatórias, para que os gays do futuro não precisem passar por isso. Se continuarmos a ser coniventes com o preconceito, até quando teremos que mentir para poder exercer o simples direito de ajudar ao próximo?

"E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.



E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos
.
"

(Metal Contra as Núvens - Legião Urbana)





É isso aí, gente! Mais importante do que desabafar é demonstrar minha insatisfação... Pelo menos já é o início pra que alguma coisa efetiva seja feita...

Um beijo a todos, um abraço apertado... Luto pelas vítimas da chacina de Realengo, nada  nos ultimos dias me deixou tão aflito e tocado quanto o ocorrido lá...

Até o Próximo post!

domingo, 3 de abril de 2011

Montanha Russa

"Não tenha medo
Não preste atenção
Não dê conselhos
Não peça permissão
É só você quem deve decidir o que fazer
Pra tentar ser feliz
"

(Teorema - Legião Urbana)



Eis-me aqui... Como sempre estive, só que mais confuso que nunca. Sim, esses últimos 4 meses foram os mais loucos da minha vida. Nunca antes eu vivi com tanta intensidade. Chega uma hora que agente cansa de ser o cara certinho, o orgulho da familia. Chega uma hora que agente passa desconsiderar a cobrança dos outros e acaba se cobrando sobre a própria felicidade. Foi então que eu cheguei, parei e pensei: O que eu fiz até hoje da minha vida? Será que eu fui feliz??? Feliz eu sei que eu fui, mas será que eu fui feliz do jeito que eu queria? Com a intensidade que eu queria? Não.. Justamente porque eu sempre me impotei com a opinião dos outros. Eu sempre quis ser um exemplo, mesmo que isso me custasse a privação de muitas coisas.

Só que uma hora agente cansa... A vida vai passando, sabe? O tempo não para, nunca parou, muito menos para me esperar decidir ser feliz. Eles vem chegando (os 20), já faltam menos de 2 meses, sabiam? E o que eu fiz nesses quase 20 anos? "Desses 20 anos, nenhum foi feito pra mim..." Justamente porque eu não me deixei viver do jeito que eu julgo ser o certo, ou o mais prazeroso.

Foi pensando nisso que eu decidi embarcar nessa Montanha Russa. Quase sem querer, mas sem deixar de ser minimamente calculado. Eu só precisava dizer sim. Parece tão fácil, né? Três letrinhas, uma sílaba... Mas é tão difíciu. Como é que pode agente ter que lutar com todos os nossos mostros só para conseguir pronunciar três letras, uma silaba? Mas eu consigo... Todos conseguem, porque eu não conseguiria?

E lá fui eu, por esses caminhos tortuosos, fui viver. Das loucuras divertidas até a vibe gay da depressão. Tudo junto, um verdadeiro tornado (como diria esse cara da minha espécie, rsrs). É o momento de beber até passar mal, de falar mal dos outros, de ferir o ego, de recuperá-lo...  Da curiosidade, de experimentar coisas novas, pessoas novas (sim, experimentar pessoas novas). Mas tem sempre aquele gosto que agrada mais, que fica na memória. Aquele beijo que encaixa, e que você quer repetir (o quanto antes). Aquelas palavras, aquele perfume... E aí toda aquela loucura perde um pouco do sentido...

E é assim mesmo que acontece. No meio daquela adrenalina, na situação mais inusitada, no local mais inóspito, você encontra aquela pessoa que te faz querer sair dalí. A pessoa que te faz perceber que para ter aquela adrenalina toda, não precisa de montanha russa nenhuma, basta estar ao seu lado. A montanha Russa é dispensável, apenas um acessório. E foi assim que eu decidí, se você me der a mão, eu saio da montanha russa, de bom grado... Eu não preciso de mais caminhos tortuosos (na verdade, eu já até cansei dessa brincadeira), eu só preciso de carinho, e um pouco de atenção... De uma frase bonitinha, de um arrepio na nuca, e isso eu sei que você pode me dar (você sabe me dar).

"Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer
"

(Teorema - Legião Urbana)




Nossa, esse texto ficou uma bagunça... hahaha... Assim como foram essas ultimas semanas da minha vida. Mas enfim, estou feliz de ter escrito hoje... Foi como se eu tirasse uma tonalada em pensamentos, expectativas, angústias... Mas enfim, o que tiver de ser será... vamos deixar a vida seguir seu curso normal, no ritmo que tem que ser!

Um abraço a todos vocês... Estava morrendo de saudades! Até o próximo!

sábado, 19 de março de 2011

Agora, Perdoem-me...

"Quando tudo está perdido
sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...
Mas não me diga isso!"

(A Via Lactea - Legião Urbana)


Eu nem devia escrever aqui agora. Não estava nos meus planos. Mas deu vontade, sabe? Enfim... Estou sentindo a maior falta da blogosfera, mas infelizmente não poderei estar aqui com a mesma frequencia de antes... Pelo menos por agora.

Estou numa fase meio tosca, como diria o Gui, to numa vibe errada... É mais complicado do que eu posso explicar, não sei lidar com isso. Mas eu tenho certeza que isso tudo vai passar... Amanhã, ou semana que vem... O que eu sei é que uma hora passa, e por isso ainda não cometi nenhuma loucura, nem meto os pés pelas mãos... Como se já não bastasse, ainda estou no período mais cansativo e esmagador da faculdade, logo, nem pensar em tempo livre (já está difíciu até de administrar a tempo para estudos).

Não pensem que eu esqueci de vocês... Eu to aqui, as vezes leio, mas comentar tá muito brabo... Espero que até semana que vem eu possa voltar a comentar em vocês... XD

Mas enfim, gente... Era só isso mesmo... Perdoem-me a ausencia, perdoem-me até esse post tosco...

"Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser quem eu sou.

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado por pensar em mim...
"





Um abraço... Até o próximo

sábado, 12 de março de 2011

Perdoai-os... Eles não Sabem o que Fazem!

"E há tempos nem os Santos têm ao certo a medida da maldade" (Há Tempos - Legião Urbana)

Desde de o ultimo post que eu fiz abordando religião, mais especificamente as religiões cristãs, eu pensei em fazer um próximo post sobre o assunto com pH = 2 (bem ácido). O post de hoje, no entanto, deve estar ajustado a pH = 5 (ácido, mas não tanto). O motivo disso é simples, se não for óbvio: a medida que o tempo passa, e entramos em contato com pessoas e coisas novas, nossa impressão geral sobre certo assunto relacionado a essas pessoas e coisas muda (não necessariamente para melhor, claro), a não ser que você seja um ignorante. E sim, mudanças de opinião são sempre muito bem-vindas...

Não sei se todos aqui sabem, mas eu sou Ateu. Só que, ao contrário do que muitos possam pensar, essa minha posição em relação a Deus nada tem a ver com minha orientação sexual, ou mesmo com a minha admiração pelos ideais de Marx e Engels. Talvez tenha sido a minha criação pouco religiosa, mas o fato é que eu nunca consegui admitir o conceito de "Deus" segundo a visão do cristianismo, ou qualquer outra religão com a qual eu tenha tido contato até agora.

No entanto, o fato de eu não acreditar em Deus não significa que eu tenha perdido o contato com os ideais do cristianismo. Eu cheguei a frequentar a catequese, por um ano, quando era criança. Já fui em missas, cultos batistas, entre outras reuniões de cunho religioso. Eu fui criado em uma familia que, apesar de não ser apegada a religião, traz a essência da ideologia cristã nas atitudes e na forma de pensar, afinal de contas, comemoramos feriados cristãos, realizamos batizados, casamentos... Já é algo muito profundo e presente na nossa cultura.

Analisar a ideologia cristã de fora é algo natural e muito mais imparcial para uma pessoa que não tem compromisso com a fé. E sim, eu acabei me tornado um admirador do cristianismo enquanto ideologia, o que me fez ser ainda mais crítico com as religiões que supostamente se baseiam nesses prceitos. É só você refletir um pouco para ver que, em detrimento da própria ideologia, os ditos cristãos (sejam católicos, espíritas ou protestantes) não hesitam em utilizar trechos da Biblia, por exemplo, para justificar seus próprios preconceitos. Só que, fazer isso de maneira tão raza acaba os levando a cair em contradição. Em outras palavras, eles chegam a negar o ensinamento mais importante da ideologia cristã - o amor ao próximo - simplesmente porque não querem ou não fazem o mínimo esforço para abrir a cabeça.



Não vou ser hipócrita de negar que isso me deixou com uma certa implicância pelas religiões, e principamente pela forma como elas tratavam a ideologia cristã. Mas, diferente da minha opção de não me submeter a nenhuma divindade, esta atitude defensiva surge justamente das minhas ideologias politicas e mais ainda da minha orientação sexual. Como é possivel a ideologia do amor negar o próprio amor? Torna-lo ser uma coisa errada, simplesmente porque não estamos acostumados com certas formas de amor? Como pode um "cristão" se sentir no direito de julgar meus atos, sendo que o próprio ato de julgar já é condenado pela ideologia cristã? Não interessa se está escrito na Bíblia com tanta clareza (até hoje eu nunca li algo objetivo na Bíblia, mas relevemos), eu não posso simplesmente desafiar a lógica e tentar tolerar religiões ou crenças que me apontam como uma coisa errada, sendo que eu tenho plena consciência de que não sou (e posso encontrar argumentos que sustentam isso baseados nos próprios discursos de pastores e padres).

Até semana passada ou reatrazada, eu não havia conhecido nenhum cristão (católico ou protestante) que apresentasse uma visão coerente de sua religião, ou de como o próprio a praticaria... Até que eu tive uma conversa com o Sérgio... O Sérgio é amigo de faculdade da minha irmã. Já haviamos nos falado antes, mas recentemente temos nos aproximado um pouco mais, em razão da própria blogosfera. Eu já sabia que Sérgio era protestante, mas nunca cheguei a conversar com ele sobre como ele lidava com sua própria sexualidade. Ter essa conversa com ele me surpreendeu.

Diferente do que um cara preconceituoso como eu muitas pessoas possam pensar, Sérgio é um cara muito bem resolvido sobre sua sexualidade. Ele é bissexual, e não esconde isso. Se for preciso, ele argumenta com sua mãe, com sua avó, com o pastor de sua igreja, que se for para ele amar um homem, e vai amá-lo, e que não será errado por isso. Errado é ser hipócrita, é negar o amor. E não é por pensar assim que ele vai se afastar da igreja, pelo contrário... Sérgio é membro ativo da igreja, daqueles que participa de todos os eventos possíveis, e que gosta e acredita naquilo que faz. Não nega suas origens. E isso é muito bonito de se ver, não só por ele tratar o assunto de maneira muito mais coerente, mas por ele realizar o papel que sua igreja deveria realizar: difundir a ideologia do amor da maneira mais efetiva possível, sem cair nas contradição ou adotar atitudes hipócritas. Só por isso, Sérgio já é um revolucionário. Garanto que muitas pessoas estariam mais felizes se em cada igreja protestante ou catolica existisse um cara como o Sérgio...

Quanto a mim, depois dessa, vou tentando eliminar meus preconceitos. Antes eu confesso que era muito intolerante com pessoas extremamente religiosas. Hoje eu vejo que isso só me torna tão ignorante quanto os próprios hipócritas que ainda existem nas Igrejas Católicas e Protestantes. Fico feliz de poder me tornar uma pessoa melhor por me dar conta disso, e fico feliz que pessoas como o Sérgio possam ajudar a tornar pessoas antes cegas pelo preconceito em pessoas melhores.

"Existem muitos formatos
Que só tem verniz e não tem invenção
E tudo aquilo contra o que sempre lutam
É exatamente tudo aquilo que eles são"

(Marcianos Invadem a Terra - Legião Urbana)


Há Tempos - Legião Urbana (Versão Acústica)


Então, é isso, minha gente... Espero ansioso pelos comentários, principalmente pelas alfinetadas... hahaha

Um beijo, sem preconceito.... Até o próximo post!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Meme Literário

Ahh, eu adoro Selos e Memes... É uma boa chance de conhecer um pouco mais dos blogueiros que me visitam, além de poder mostrar um pouco mais de mim também. Eu sempre gostei de Literatura também, então achei esse meme que o Ro Fers passou pra mim mais que perfeito (não, não é um tempo verbal, haha). Então, galerinha... Vamos lá!!!


Eis aqui as regras do meme:

1 - O livro que eu leria muitas e muitas vezes sem me cansar

Ahh, essa é fácil de responder. Sabe quando você sente que aquela leitura casa direitinho com o seu estilo? Foi exatamente a sensação que tive quando li "Hamlet", de W. Shakespeare. Sério, é um livro antigo, mas tão atual... Sem dúvida um dos melhores que já li, nunca me cansaria de ler esse livro. Eu li a tradução do Millôr Fernandes, mas um dia eu ainda pego o Original para ler em inglês antigo (daqui há muito tempo, é claro... hahaha)

2 - O livro que eu escolheria para ler o resto de minha vida

Esse acho que foi o Livro que mais demorei a ler na minha vida. O Livro era grande, mas não foi por isso que demorei tanto. Eu entrei na história de tal maneira que não quis mais sair, sabe? Eu adiei o fim, até o máximo possível. Esse livro foi "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", de J.K. Rolling. A Série, de um modo geral, marcou a minha adolescencia, a minha vida mesmo de um modo geral, sem exageros. Mas esse, sem dúvida, foi o livro mais envolvente da série... Vale a pena conferir! xD

3 - O livro que eu indico para as pessoas lerem

"Le Petit Prince" (O Pequeno Príncipe), de A. Saint-Exupéry. Se você já leu esse livro na infância, ótimo, leia de novo agora. Se você não leu ainda, leia agora e depois leia de novo daqui há uns 10 anos. Se você leu em Português, procure ler em Francês (eu sou chique e li em francês, oi?... hahahaha)... Eu fiquei chocado como um livro de literatura infantil pode ser tão complexo. Saint-Exupéry conseguiu captar o universo infantil de tal maneira que, dependendo da sua experiencia de vida, o livro assume diferentes significados. Muito bom, fortemente indicado...

4 - Os 10 blogs que indico a responder este Meme (informação cultural)

Vou confessar que essa parte do meme é a mais cansativa. Da ultima vez que eu recebi um selo (aliás, recebi do próprio Ro também) eu prometi para mim mesmo que aquele seria o ultimo selo para o qual eu indicaria pessoas. Não pretendia deixar de postar selos ou memes, mas sim quebrar a corrente. No entanto, quando o meme ou selo é assim tão legal, agente fica motivado a indicar pessoas, e confesso que algumas pessoas realmente me deixam curioso nesse sentido... Então, lá vão as indicações:

1 - Antonio de Castro (Lost Cause)
2 - Sérgio Beneditt (Um pouco + d Mim)
6 - Wans (Bewilde)
7 - Melo (afternonsense)
9 - Daniel Bragra (~ Daniel Braga ~)
10 - Thife (The Big Mac Theory)

5 - O Blog que me indicou:

O Blog do Caríssimo Ro Fers é o Desabafo...


Enfim galera... É isso aew!!! Espero que tenham gostado!!! xD

Um abraço a todos vocês... Até o próximo!!!