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domingo, 19 de dezembro de 2010

Sujeito Passional II: A primeira vez

Putz, amigos, desculpem encher o saco de vocês de novo. Eu mesmo já estou de saco cheio. Não vou culpa-los se não lerem esse post. Mas eu preciso escrever isso, preciso me libertar disso hoje, não aguento mais. Há poucos dias me aconteceu uma coisa que me ressucitou fantasmas que pra mim já tinham feito a passagem há muito tempo, mas estavam lá, só esperando o melhor momento de aparecer a acabar comigo. Hoje é o dia do exoscismo, eles vão sumir da minha vida de vez.



Meu Ídolo Freddie na cena da libertação (I want to break Free)

Bom gente, eu não vou ficar repetindo aqui as coisas do outro post. Vamos direto ao ponto específico do de hoje, sem os alongamentos de costume. Hoje eu vou falar de uma pessoa, um grande amigo, que sem saber acabou comigo por muito tempo, numa espécie de tortura. Eu já falei dele aqui no blog, o nome dele é Walmir (não vou preservar a identidade dele).

Wall foi um marco na minha vida, apareceu no momento que eu mais precisei dele, se não fosse ele, eu nem estaria aqui, escrevendo para vocês. Ele me ajudou fazendo com que eu revelasse não só para ele, mas para mim mesmo, que eu sou gay. Eu fiz o mesmo por ele. Se seríamos felizes? Nós não sabíamos, tínhmos 16 anos. Mas o fato é que não precisariamos mais carregar o peso sozinhos. E esse foi o estopim para a cascata de acontecimentos que me levaram a me tornar um sujeito bem resolvido com a minha sexualidade. Só que eu e Wall, não éramos apenas grandes amigos, ou confidentes. A sexualidade não foi a única coisa que Wall fez por mim. Ele foi o primeiro cara com quem eu fiz sexo.

Foi uma coisa quase que natural, e imagino que aconteça com muita gente. Ele era meu amigo, dormia várias vezes lá em casa. Em uma dessas vezes, nós decidimos experimentar, e acabou acontecendo. E aconteceram outras vezes (não me lembro mais quantas). No início foi estranho, nós éramos amigos, era normal rolar um sentimento estranho. Ele era muito frio e mecânico, e eu me sentia desconfortável. Tinhamos vergonha um do outro ainda. Nós não nos beijávamos, só faziamos sexo. A medida que as coisas começaram evoluir, nós ganhamos mais intimidade nesse aspecto. Até que um dia, ele decidiu me beijar, me acariciar, e fez o sexo com mais sentimento e sensiblidade. Verdade gente, até aquele momento, nossa relação não tinha mudado em nada, e o sexo que fazíamos era quase uma masturbação de tão mecanico e casual que era. Só que dessa vez foi diferente, ele me deu atenção, e eu estava muito carente. Na minha cabeça, a amizade que eu sentia por ele começou a se transformar em amor, eu eu fiquei ligado nele.

Tentei falar com ele, mais de uma vez, mas ele não me deu importancia, ele não sabia lidar com isso, e ele ainda era só o meu amigo, não sentia mais nada por mim. Foi então que eu comecei a reprimir o que eu sentia, com medo de estragar uma amizade tão importante. O tempo passou, sim, mas eu ainda pensava que era com ele que deveria ficar. Ficava indignado com a forma que ele era tratado pelos pais, queria poder fugir com ele, para morarmos juntos e enfrentarmos o mundo só nós dois. Eu acreditava que uma relação entre nós pudesse dar certo, e fui sustentando esse sentimento, no stand by, tentando esconder o fato de mim mesmo. Cheguei ao ridículo de sentir ciúme dos professores de inglês, que ele adorava dar em cima, e dos caras que ele dizia que queria pegar.

O Wall nunca foi um cara de convivencia fácil. Se você não gostasse dele de cara, você não ia gostar dele nunca mais. Ele é um tipo meio franco, que tenta ser engraçadinho. E com isso, ele acabava me dizendo coisas que eu não gostava de ouvir. Ele me colocava pra baixo, me comparava com pessoas... Isso me magoava, porque eu já gostava dele, me atingia o ego, e derrubava a minha auto-estima. Eu sei que não era intenção dele, sei que queria tirar sarro da nossa situação, mas ainda assim eu me sentia magoado. Isso foi me deixando triste, deprimido, e isso se arrastou durante um bom tempo. Até que Wall começou a me falar do Marcelo (pseudônimo), um rapaz casado (com mulher), bonito, corpo perfeito e esbelto... Ele tava apaixonado pelo Marcelo, e o Marcelo dava corda a ele (nem preciso dizer o que eles faziam, né?). Bem, eu senti um ciúme danado no início, acabei transferindo o ciúme para um comportamento mais ríspido com o Wall, que ele ignorou. O que mais me deixou triste foi o fato de Wall ter feito coisas por Marcelo que ele nunca faria por mim. O que vocês acham que eu fiz? Sentei e chorei? Não. Eu estava começando a utilizar o blog na época, e com o blog veio o amor próprio. Eu já estava cansado de ser uma figura secundária na minha própria vida. Decidi olhar pra mim mesmo e enchergar um homem bonito, sensível, e merecedor de outro homem a sua altura.

Aquelas atitudes, as comparações, as atitudes dele com o Marcelo, e o meu amor próprio fizeram com que esta coisa que eu entendia como sendo amor e sentia pelo Wall fosse se desfazendo, até ficar apenas a velha amizade que eu sentia por ele ainda na época em que "não eramos" gays, já um tanto abalada pelo fio de mágoa que eu senti (eu sou ser humano, eu me magoo sim, não tenho culpa, mas eu sempre supero isso). Os acontecimentos narrados no ultimo post foram o ponto final da história, quando eu vi que posso sentir algo diferente por uma pessoa que não era ele. Eu meio que me distanciei do Wall, quase que naturalmente, ao longo desse ano, e só agora ele percebeu e sentiu minha falta. Sentiu ciumes de vocês, dos meus amigos não virtuais, alegou a eles e a vocês esse nosso afastasmento. Fez até um poema sobre isso (ele escreve poesia quando está com os sentimentos a flor da pele, foi o primeiro poema que ele fez pra mim e me mostrou). Eu não gostei disso, me senti ofendido... É como se ele tivesse colocando a culpa de tudo nos meus outros amigos.

Ninguém tem culpa nessa estória, ou ambos temos: ele devia ter me dado mais atenção e me ajudado a eliminar esse sentimento maluco que eu criei por ele, já eu não devia ter me envolvido. Mas meus amigos não tem nada a ver com isso. Eu disse tudo isso a ele, como eu me senti durante esse tempo, e ele ficou transtornado. Acho que foi demais pra ele saber isso tudo, até meio egoísta da minha parte. Mas pra mim, somente pra mim, foi bom demais. Coloquei os pingos nos is, arrumei meu coração, e ele está limpinho e... vazio. A carencia agora vem como um leão pronta para me devorar, e eu estou pronto para procurar um amor de verdade, ou mesmo para me divertir, seja lá o que for... Acho que amadureci com tudo isso, estou ficando menos passional, sem deixar de ser sensível, porque a sensibilidade é uma virtude, e eu gosto de ser sensível.

Deixar de ser amigo dele nunca, ele é um dos amigos mais importantes dessa vida. Agora eu só quero que a nossa amizade tome o viço de antes. A carencia? Eu resolvo isso em breve, e não vai ser com o Rei, kkkk. Desisti do rapaz, nada como uns comentários coerentes e amigos para me fazerem desencanar rsrsrs. Espero que não faltem pretendentes agora, já que tem bastante espaço sobrando.

Bem gente, disculpem mais um post novela mexicana/ malhação gay. No próximo eu vou tentar colocar algo mais animado, ou mais agressivo (dessa vez é sério). Os que tiveram paciancia de ler, obrigado, cometem... hahah. Os que não tiveram, ahh, os que não leram nem isso vão ler, então deixa quieto... kkkkk

Beijos e Abraços Renovados... Até o Próximo!!!

10 comentários:

Unknown disse...

Manter a amizade é o mais importante! Porque é a forma de amor mais verdadeira e duradoura!

Anônimo disse...

Parabéns, Júlio! Arrumar o coração é algo muito difícil. Mas compensador!

Um beijão!

FOXX disse...

fez mto bem em contar pra ele tudo
se vc somente se afastasse ia sempre ficar uma coisa entre vcs dois...

desejo q logo logo um amor chegue pra vc ok?

Anônimo disse...

Não fossem os 1059762813240 quilômetros que separam nossas terras, estaria agora na porta da sua casa pra comemorarmos o New Year's Day juntos. Mas Deus quis que eu morasse nesse buraco, quer dizer, vale, que é Belo Horizonte.
Torço pra que você encontre seu leão carioca logo. O bom é que se for um leão não deixa de ser um gato né?
Abbraccio!

Sérgio Breneditt disse...

Adoro seus textos.
Essa história de amor mal resolvida é terrivel
sei o que passei e o q passo pelo finado! Vai dar tudo certo parte para outra nada melhor que um beijos quentes para trazer Luz (rs)para um cabeça cheia de pensamentos escuros (+rs)! Vamos combinar para sair? Preciso ferver um pouco!
Abração

Luciana Nepomuceno disse...

Querido,
ordem é palavra que coração desconhece. Mas a gente tenta, sempre, e isso é bom e necessário. Diga sempre as palavras de amor, dói de qualquer maneira, mas dói mais quando as deixamos plantadas em nós. Inflama, sabe. E, no fim, o que importa é que as pessoas estejam inteiras conosco..ou não estejam. Mas, enfim, eu só queria mesmo era dizer: ADORO ser sua madrinha, feliz demais de trocar palavras e admirações contigo. Bjs

Serginho Tavares disse...

fez muito bem, manter a amizade é o que importa e quem sabe depois você vai ver que não era bem o que imaginava sentir? isso é bem comum, mais do que imaginávamos de qualquer forma os pretendentes vão vir já que espaço em seu coração tem!

beijos queridão

Gui disse...

Eu conheço o Walmir e ó, pessoinha estranha. Ele é legal e tal, mas, sei lá. Desce muito não.

O importante é que você foi capaz de explanar isso pra ele e, de alguma forma, resolver.

Lobo disse...

Wow. Tô meio confuso ainda com essa história toda hahaha.

Mas enfim, cicatrizes nunca se apagam. Talvez nunca volte a ser a mesma coisa, talvez pareça voltar, mas o importante é que você sempre veja o que está ou não sendo melhor para você.

Palavras de quem já foi traído por um "dos amigos mais importantes dessa vida".

Um beijo Júlio!

Ro Fers disse...

Relacionamentos é tão complicado, ainda bem que tu acordou e tomou uma atitude...
Agora é aguardar a chegada de alguém que lhe mereça...